Blindados, brasileiros se calam sobre Copa América enquanto estrangeiros reclamam

Jogadores de outras equipes já se manifestaram contra a realização do torneio no Brasil

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São Paulo

A disputa da Copa América no Brasil após as desistências de Colômbia e Argentina divide jogadores que representam seleções do continente.

Atletas de Argentina e Uruguai, incluindo nomes que atuam no futebol brasileiro, já se posicionaram contra a disputa da competição em meio ao caos sanitário que o país atravessa. Na seleção de Tite, porém, o elenco foi blindado pela CBF (Confederação Brasileira de Futebol).

Fred e Lucas Paquetá, por exemplo, responderiam a perguntas da imprensa na tarde da última segunda (31), sobre a preparação do time para as Eliminatórias, dia em que a Conmebol anunciou que a Copa América seria realizada no país.

A má repercussão da novidade, porém, fez com que a assessoria da CBF cancelasse a entrevista coletiva.

Nos dias seguintes, mais nenhum jogador ou integrante da comissão técnica foi escalado para falar com os jornalistas, o contrário do que seria normal em uma semana de jogo do Brasil. Nem mesmo a tradicional entrevista do treinador na véspera do jogo desta sexta (4) está confirmada.

Por outro lado, não são raras as manifestações dos estrangeiros sobre o campeonato no Brasil.

O atacante argentino Kun Agüero foi um dos jogadores que falou a respeito da mudança de sede e colocou em dúvida a realização do torneio nas atuais condições.

"Se no Brasil está complicado [por conta da pandemia], então não dá para jogar", disse o atacante, que foi anunciado esta semana como reforço do Barcelona (ESP), à imprensa argentina.

O argentino Agüero se posicionou contra a disputa da Copa América no Brasil
O argentino Agüero se posicionou contra a disputa da Copa América no Brasil - Jeferson Guareze - 23.jun.2019/AFP

A declaração de Agüero não é a primeira de um atleta envolvido na Copa América que questiona a viabilidade de disputa no Brasil.

Na seleção uruguaia, o goleiro Fernando Muslera e o atacante Luis Suárez se posicionaram sobre a mudança da sede. Matías Viña e Giorgian De Arrascaeta, que atuam em Palmeiras e Flamengo, respectivamente, se juntaram aos companheiros.

"Me chama muita atenção que a Copa América aconteça mesmo na situação complicada que estamos vivendo. Temos que dar prioridades para a saúde dos seres humanos", afirmou o centroavante, campeão espanhol com o Atlético de Madrid (ESP) na última temporada.

"Eu acho que agora não é o momento indicado para jogar [a Copa América]", disse Arrascaeta, que foi diagnosticado com Covid-19 e perderá os jogos do Uruguai pelas Eliminatórias.

Por enquanto, o flamenguista segue na lista da seleção para a disputa da Copa América. Os uruguaios buscam um título que não conquistam desde 2011, quando foram campeões na Argentina.

Arrascaeta, do Flamengo, foi um dos uruguaios que mostraram discordância com a disputa do torneio
Arrascaeta, do Flamengo, foi um dos uruguaios que mostraram discordância com a disputa do torneio - Juan Mabromata - 20.abr.2021/Reuters

Enquanto na Argentina e no Uruguai há posições contrárias ao torneio, na seleção brasileira ainda não houve nenhuma palavra de desacordo com relação à continuidade da competição.

Campeã da última Copa América, disputada em 2019, a seleção brasileira enfrenta nesta sexta-feira (4) o Equador, pelas Eliminatórias da Copa do Mundo, no Beira-Rio. Na próxima terça (8), visita o Paraguai, em Assunção, também pelas Eliminatórias.

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