Descrição de chapéu Tóquio 2020 paraolimpíada

Comitê anuncia equipe de refugiados da Paraolimpíada

Time conta com atletas que deixaram Síria, Afeganistão, Irã e Burundi

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São Paulo

O IPC (Comitê Paraolímpico Internacional) anunciou nesta quarta-feira (30) a equipe de refugiados que irá competir na Paraolimpíada de Tóquio. O evento, que também foi atrasado em um ano, será disputado de 24 de agosto a 5 de setembro.

Seis atletas foram selecionados: Al Hussein e Abbas Karimi (natação), Alia Issa e Shahrad Nasajpour (atletismo), Anas Al Khalifa (canoagem) e Parfait Hakizimana (taekwondo). Nos Jogos do Rio 2016, na estreia da equipe de refugiados no evento, dois atletas competiram de maneira independente.

O nadador Ibrahim Al Hussein, que tem parte da perna direita amputada, salta na piscina durante treino
O nadador Ibrahim Al Hussein será um dos integrantes da equipe de refugiados na Paraolimpíada - Angelos Tzortzinis - 2.jun.21/AFP

"O esporte é uma ferramenta poderosa para incluir refugiados com deficiência na sociedade e o anúncio da equipe paraolímpica de refugiados é um momento comovente para o IPC. Estamos cumprindo o compromisso que assumimos no Fórum Global de Refugiados do ACNUR (Alto Comissariado das Nações Unidas para Refugiado), em 2019, de promover a participação igualitária de refugiado em eventos esportivos", afirmou o brasileiro Andrew Parsons, presidente do IPC.

Os atletas selecionados foram anunciados em vídeo por personalidades da música, esporte, literatura, teatro e cinema que defendem a causa dos refugiados. Foi o caso de Chris Martin (vocalista do Coldplay), dos jogadores de futebol Alphonso Davies (Bayern de Munique) e Asmir Begović (Bournemouth), da atriz Gugu Mbatha-Raw, da cantora de ópera Barbara Hendricks e do escritor Khaled Hosseini.

Os atletas selecionados irão participar das competições sob a bandeira do IPC. A maioria deles fugiu dos conflitos na Síria. É o caso de Al Hussein e Alia Issa, que hoje moram na Grécia, e Al Khalifa, que vive na Alemanha. Karimi deixou o Afeganistão e conseguiu asilo político nos Estados Unidos. Treina em Fort Lauderdale, na Flórida. Já Nasajpour, do Irã, mora em Phoenix, no Estado do Arizona.

Da lista divulgada pelo IPC, o único que não está garantido na Paraolimpíada é Hakizimana, que deixou o Burundi e encontrou abrigo no campo de refugiados de Mahama, em Ruanda. O lutador de taekwondo ainda precisa confirmar classificação para os Jogos.

A chefe de missão da equipe será Ileana Rodríguez, uma refugiada de Cuba que competiu na natação pelos Estados Unidos na Paraolimpíada de Londres-2012.

"Estou muito feiz por todos os atletas que conseguiram ingressar na equipe paraolímpica de refugiados. O ano passado foi especialmente desafiador para os atletas refugiados, mas eles não são estranhos à dureza em suas vidas", afirmou Rodríguez, referindo-se aos problemas adicionais para manter os treinos durante a pandemia do novo coronavírus.

"Mostrando o melhor do espírito humano, eles serão uma equipe como nenhuma outra nos Jogos Paraolímpicos de Tóquio. Eles vão representar com orgulho os 12 milhões de refugiados com deficiência em todo o mundo e mostrarão que todos têm potencial", acrescentou a ex-nadadora.

O time deve ser o primeiro a entrar no estádio durante a cerimônia de abertura dos Jogos Paraolímpicos, em 24 de agosto. A equipe homenageia o legado de Sir Ludwig Guttmann, um refugiado alemão no Reino Unido, que é considerado o fundador do Movimento Paraolímpico. Foi ele quem criou os Jogos de Stoke Mandeville como forma de reinserção social de pessoas com deficiência. Na época, havia muitos ex-militares feridos durante as batalhas da Segunda Guerra Mundial que tinham que conviver com algum tipo de deficiência.

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