Descrição de chapéu Copa América

Doria recua e desiste da Copa América em São Paulo após repercussão negativa

Pessoas próximas ao governador trabalhavam desde segunda (31) para fazê-lo mudar de ideia

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São Paulo

Após repercussão negativa por colocar São Paulo à disposição da CBF para sediar a Copa América, o governador João Doria (PSDB) recuou no final da tarde desta terça-feira (1º).

“O Governador João Doria solicitou ao secretário-geral da Confederação Brasileira de Futebol, Walter Feldman, que busque alternativas para a realização da Copa América fora do Estado de São Paulo”, diz, em nota, assessoria de imprensa do governo.

“Após ampla consulta aos membros do Centro de Contingência sobre os efeitos que a realização da Copa América teria sobre a Pandemia de Covid-19 no Estado de SP, os cientistas apontaram que neste momento a realização do torneio representaria uma má sinalização de arrefecimento no controle da transmissão do coronavírus, prioridade absoluta do Governo do Estado”, completa a nota.

Desde segunda-feira, como a Folha mostrou, interlocutores e membros do centro de contingência aconselharam o governador rejeitar a possibilidade de o estado receber o evento em meio ao recrudescimento da pandemia.

Nesta terça, pela manhã, Doria voltou defender a realização da Copa América no Brasil e, assim como Jair Bolsonaro, comparou o torneio a outras competições esportivas que ocorrem no país.

“Temos em São Paulo, autorizado pelo governo, os campeonatos estaduais, o Sul-Americano, torneios para os mais jovens. Temos a Copa do Brasil e o Brasileirão. Ora, temos que ser coerentes, temos que parar o futebol em São Paulo, então. Todos os torneios têm que parar”, falou Doria.

“Agora discriminar especificamente a Copa América porque veio de fruto de um entendimento do negacionista de Brasília [se referindo ao presidente Jair Bolsonaro], perderemos o bom senso.”

“Se houver essa decisão, a CBF sequer sabe se o torneio será no Brasil e se haverá jogos em São Paulo, não vou perder a minha coerência, meu bom senso, em nome da política, por mais adversário que seja o Bolsonaro”, completou o governador.

Após a Colômbia e a Argentina desistirem de receber a competição, a Conmebol agradeceu ao presidente Jair Bolsonaro (sem partido) na segunda e informou que o Brasil irá sediá-la a partir do próximo dia 13.

Nesta terça, o presidente da República defendeu a realização da Copa América no Brasil e, assim como Doria, comparou o torneio a outras competições esportivas realizadas no país.

“Trabalho com a coerência, tanto que se são realizados os jogos do Brasileiro aqui, porque impedir a realização de um torneio, simplesmente a Copa América, o que difere um chileno, um equatoriano, do jogador brasileiro. São todos seres humanos. Todos tem que estar protegidos, se puderem, vacinados. Fazer testagem”, falou Doria.

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