Sobrou para o comentarista Mauro Beting, do SBT, justificar a realização da Copa América, com transmissão do canal, no Brasil. Não se sabe o que mais ele falou, mas o jornalismo da emissora de Silvio Santos destacou esta passagem:
"Se era para ter competição, o Brasil era o país que melhor, em todos os sentidos, estaria propenso a aceitar, a conseguir fazer uma competição em tão pouco tempo como é esta, uma competição deste tamanho, recebendo nove delegações estrangeiras, imprensa, outros profissionais."
O narrador Téo José, sempre animador, proclamou em seguida que "o Brasil passa a ser o favorito, eu não tenho dúvida", para vencer a Copa América.
Em contraste, o narrador Luis Roberto, da Globo, que desta vez não transmite o torneio, havia declarado ao vivo no canal SporTV que foi um "tapa na cara dos brasileiros", que "a sociedade brasileira não pode aceitar essa decisão".
O narrador Galvão Bueno acrescentou no programa Bem Amigos!, também no SporTV: "Eu peço a Deus que alguém tenha uma crise de bom senso e que essa loucura não aconteça". Diante dele, o comentarista Casagrande se mostrou mais uma vez “indignado".
De todos, quem viralizou em mídia social foi Luis Roberto, pelo horário e pela inusitada veemência, e foi sobre ele que o deputado federal Eduardo Bolsonaro comentou com ironia, que seria ecoada pelo pai presidente:
"Mas o sujeito segue transmitindo normalmente campeonato estadual, Brasileirão, Copa do Brasil etc. E nunca reclamou. Será que ficou bravinho porque a Globo perdeu recentemente a Copa América para o SBT?"
O filho 03 de Jair Bolsonaro não está errado, ao sublinhar que a Globo promove seus eventos como se fossem intocáveis, incluindo os estaduais. Mas a questão agora é a defesa que o SBT faz da Copa América no Brasil, depois de ter tirado o torneio da Globo.
Lembrando também que o genro de Silvio Santos, marido de Patrícia Abravanel, Fábio Faria, está completando um ano no Ministério das Comunicações, recriado para ele, e que o SBT não esconde de que lado está, no noticiário de política nacional.
Galvão Bueno lamentava, no Bem Amigos!, que "o que era para ser um evento esportivo começa a parecer um confronto político". Mas não se trata só do poder dos governos brasileiro e argentino ou do governo e da oposição no Brasil. É um confronto entre as duas redes.
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