Descrição de chapéu Tóquio 2020

Brasil luta, mas sonho olímpico do basquete acaba contra Alemanha

Vencer torneio era a última chance de equipe masculina ir para os Jogos de Tóquio

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São Paulo

Depois de uma campanha surpreendente no Pré-Olímpico de basquete de Split, na Croácia, a seleção brasileira masculina perdeu sua última chance de garantir uma vaga na Olimpíada ao ser derrotada na final do torneio pela Alemanha, por 75 a 64.

A seleção feminina já estava fora dos Jogos de Tóquio. O Brasil não disputará o basquete olímpico pela primeira vez desde os Jogos de Montréal-1976.

"A Alemanha teve um grande plano de jogo. Não conseguimos ir bem no ataque. Tentamos de tudo, mas eles fizeram uma ótima partida. Infelizmente tivemos nosso pior jogo na hora errada. Parabéns para a Alemanha e boa sorte na Olimpíada", afirmou o pivô Anderson Varejão.

Nas partidas anteriores do classificatório de Split, o Brasil havia conquistado vitórias contundentes por 26 pontos (83 a 57 na Tunísia), 27 (94 a 67 na Croácia) e 28 (102 a 74 na semifinal contra o México). No sábado (3), um repórter chegou até a perguntar se contra a Alemanha a vitória seria por 29 pontos. O técnico Aleksandar Petrovic não quis responder, mas não esperava que seria jogo fácil. Não foi.

O treinador, aliás, nem esperava vencer a Croácia, dona da casa, na primeira fase. O jogo-chave era contra a Tunísia, na estreia. O desempenho brasileiro foi surpreendente, já que os times europeus tinham entrado no Pré-Olímpico como os favoritos.

Petrovic ainda perdeu dois jogadores importantes às vésperas do classificatório para Tóquio. O ala Marquinhos decidiu se aposentar da seleção. Já o armador Raulzinho, que joga na NBA, pelo Washington Wizards, pediu dispensa por "razões pessoais".

O alemão Barthel, à esquerda, tenta um gancho e é marcado pelo brasileiro Rafael Hettsheimeir durante o jogo entre Brasil e Alemanha
Barthel tenta um gancho contra a marcação de Rafael Hettsheimeir durante a final do Pré-Olímpico de Split - Antonio Bronic/Reuters

Para a final, o treinador, pela quarta vez no Pré-Olímpico, escalou um time diferente para começar a partida: Rafa Luz, Vítor Benite, Alex, Bruno Caboclo e Rafael Hettsheimeir. Na semifinal, Paco Cruz, principal jogador mexicano, tinha ficado surpreso pelo fato de Benite começar no banco. Neste domingo, o ala-armador, cestinha da semifinal, com 22 pontos, teve a chance de iniciar o jogo. Não foi bem.

A Alemanha apostou numa defesa compacta, para que o jogo fosse definido em pontuação baixa. A equipe alemã começou melhor, tentando acelerar o jogo e confundir a marcação brasileira. O Brasil, porém, conseguiu equilibrar e terminar o primeiro quarto com vitória por 17 a 14. O time, porém, mostrou desatenção na defesa, deixando os alemães acertarem vários arremessos de três pontos.

No segundo período, a seleção alemã virou e foi se distanciando, enquanto o Brasil também apostava nos tiros de longe, que não caíam. A Alemanha chegou a abrir 11 pontos (34 a 23). A seleção melhorou o aproveitamento dos tiros longos e conseguiu apresentar maior variação ofensiva, reduzindo a desvantagem para 36 a 34 ao final do primeiro tempo e voltando para o jogo.

O terceiro quarto foi o mais complicado para os ataques das duas equipes. Ninguém conseguia pontuar. A Alemanha esbarrava na defesa brasileira bem postada. Já a seleção nacional insistia em arremessos de três pontos que continuavam com aproveitamento baixo. Para complicar ainda mais, no final do período, Bruno Caboclo fez falta técnica em Moritz Wagner, que tentava arremesso de três pontos. O ala-pivô acertou os quatro tiros, aumentando a vantagem alemã para nove pontos (51 a 42). A Alemanha terminou o terceiro período vencendo por 52 a 46.

No último quarto, a Alemanha apenas administrou a pequena vantagem construída ao longo do jogo para ficar com a vitória. Nervoso, o time brasileiro também desperdiçou seguidos ataques e ainda perdeu Alex, figura essencial da defesa, que cometeu a quinta falta.

O cestinha do jogo foi Moritz Wagner, com 28 pontos. Pelo Brasil, o maior pontuador foi Anderson Varejão, com 14. Um dos fundamentos essenciais para a derrota brasileira foi o péssimo aproveitamento nos arremessos de três pontos, que vinha sendo uma das armas da seleção: apenas 28% de acerto (7 de 25 tentativas).

A seleção brasileira, por outro lado, foi a única não europeia a chegar à final em um dos quatro Pré-Olímpicos que foram disputados de forma simultânea também em Vitoria (Canadá), Kaunas (Lituânia) e Belgrado (Sérvia). No outro jogo já encerrado, a Eslovênia obteve classificação olímpica ao bater a Lituânia por 96 a 85. Já a Itália se classificou ao bater a Sérvia por 102 a 95. República Tcheca e Grécia jogariam a decisão do torneio no Canadá às 20h05 (de Brasília).

Os países classificados nos Pré-Olímpicos se juntam a Estados Unidos, Argentina, Japão, França, Espanha, Austrália, Nigéria e Irã na Olimpíada. O torneio olímpico de basquete será disputado de 25 de julho a 7 de agosto.

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