Descrição de chapéu Tóquio 2020

Daniel Cargnin conquista o bronze no judô nas Olimpíadas de Tóquio

Atleta da categoria 66 kg garante segunda medalha do Brasil nos Jogos

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Tóquio

Ao ter que decidir entre o judô e o futebol, Daniel Cargnin ouviu a mãe, Ana Rita, e neste domingo (25) deixou o Nippon Budokan com o bronze na categoria até 66 kg após vencer o israelense Baruch Shmailov.

Com a conquista, o Brasil chega a 23 medalhas conquistadas pelo judô em Olimpíadas, a modalidade mais vitoriosa do país nos Jogos: quatro de ouro, três de prata e 16 de bronze. É, também, a segunda do Time Brasil em Tóquio. Horas antes, Kelvin Hoefler ficou com a prata na estreia do skate.

O judoca Daniel Cargnin com sua medalha de bronze, conquistada neste domingo (25)
O judoca Daniel Cargnin com sua medalha de bronze, conquistada neste domingo (25) - Sergio Perez/Reuters

“Sempre tive um sonho de medalhar em Tóquio, talvez em um Grand Slam, imagina nas Olimpíadas. Meus familiares, meus amigos, sem eles seria muito difícil”, afirmou o judoca. “Em 2016 fui de sparing, e estou muito feliz de conseguir o meu espaço. Não tenho muitas palavras, quero voltar logo e ver minha mãe.”

Atual número 15 do ranking mundial, Cargnin não chegou ao tatame como favorito, mas passou a ser visto de outra maneira após a boa atuação contra o atual líder do ranking, Manuel Lombardo. A sete segundos do final da luta, o brasileiro aplicou um wazari no italiano e festejou muito no tatame, assim como a equipe de judô nas arquibancadas. Mas, na semifinal, sofreu ippon de Hifume Abe e deu adeus ao sonho do ouro.

Cargnin já havia duelado com o japonês no Grand Slam Düsseldorf (ALE), em fevereiro de 2020, e levado a pior. Antes da derrota na semifinal em Tóquio, o gaúcho derrotou, na estreia, o egípcio Mohamed Abdelaal com um ippon no golden score, parte da luta na qual quem pontuar primeiro deixa o tatame com a vitória.

No segundo duelo, Cargnin levou a melhor sobre Denis Vieru, da Moldávia. Ambos não pontuaram no tempo regulamentar. No golden score, o brasileiro tirou um wazari da cartola.

Em maio deste ano, ele teve que superar o mais temido adversário da atualidade, o coronavírus. O único sintoma foi a perda de olfato, e ele não pôde embarcar para Budapeste, onde participaria do Mundial.

Nascido em Porto Alegre e criado em Canoas, Cargnin contou com empurrões da mãe, Ana Rita, para se lançar no judô, aos seis anos. “Ela sempre gostou muito de esporte. Abriu uma academia pequena do lado da casa dela. Não sei nem o que era, era bem caseiro. Um cara lá dava aula de judô. Eu e um amigo de infância começamos a ir, sem muita base. A minha mãe começou a acompanhar nossos treinos. Depois ela passou a pesquisar competições de judô na internet”, disse Cargnin, em entrevista à Folha.

No começo, aliás, era Ana Rita quem fazia a agenda de competições do filho. “Eu acordava para ir ao colégio, e ela estava com a folha impressa, o nome, a data e a hora com marca-texto”, recorda o gaúcho.

Paralelo ao judô, ele treinava nas escolinhas do Grêmio, em Porto Alegre, como lateral direito. À medida que a agenda feita pela mãe ficava mais cheia, Cargnin teve de decidir entre o futebol e o judô.

“Ela perguntou o que eu queria, mas ressaltou que, se escolhesse o judô, seria mais interessante ir para um clube como a Sogipa, um lugar com mais experiência nessa área. Foi quando tomei a decisão”, lembra o judoca, que faz parte da equipe da capital gaúcha desde então.

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