Descrição de chapéu Tóquio 2020

Diante de rejeição local, chefe dos Jogos de Tóquio reforça discurso de que evento será seguro

Seiko Hashimoto declarou entender oposição dos japoneses, mas defendeu medidas das autoridades

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Tóquio

A chefe do comitê organizador dos Jogos de Tóquio, Seiko Hashimoto, admitiu nesta terça (20) que não há como evitar contaminação por coronavírus durante a Olimpíada, mas afirmou esperar o apoio da população japonesa ao evento. Em entrevista coletiva, ela foi cobrada pela imprensa local e internacional em relação aos riscos do aumento de transmissão da Covid-19 durante as competições.

O tema tem dominado os bastidores da Olimpíada até o momento. O comitê local e o COI (Comitê Olímpico Internacional) repetem diariamente o discurso de que a situação está sob controle. A cerimônia de abertura dos Jogos está marcada para a próxima sexta-feira (23).

Pesquisa divulgada na segunda (19) pelo jornal Asahi Shimbun apontou que 70% dos japoneses duvidam que a Olimpíada possa ocorrer com segurança, reforçando a rejeição local ao evento.

Os dados do levantamento reafirmam sondagens anteriores, que refletem clima contrário aos Jogos entre os japoneses, preocupados que a visita de estrangeiros impulsione as transmissões de Covid.

Tóquio voltou nesta terça-feira a superar o patamar de 1.000 casos diários, com 1.387 diagnósticos.

Dados oficiais dos organizadores da Olimpíada informam que, até agora, 71 casos de Covid identificados têm ligação com os Jogos Olímpicos —Seiko chegou a falar em 80 na entrevista, sem explicar a diferença para os números do próprio comitê—, 31 dos quais de estrangeiros que chegaram ao país para participar do evento. Desses, quatro são atletas, três deles hospedados na Vila Olímpica.

Hashimoto argumentou que os casos representam uma cifra muito pequena diante de 20 mil pessoas que desembarcaram no país nos últimos dias para participar do evento esportivo. Ela afirmou ainda entender a relutância da população local em apoiar os Jogos, mas destacou as medidas tomadas, incluindo o veto à presença de público nas competições, e o baixo índice de contaminação em relação aos visitantes.

“Todos os dias fazemos esforços para que as pessoas se sintam seguras”, disse.

Ao lado dela, Toshiro Muto, diretor-geral do comitê organizador da Olimpíada, afirmou que é preciso levar em consideração os benefícios em sediar os Jogos nessas circunstâncias.

Muto disse também que não é possível prever o número de contaminados no curto prazo e que as discussões sobre os Jogos vão continuar a depender do aumento ou da queda dos diagnósticos.

Na segunda (19), Brian McCloskey, chefe dos especialistas independentes em Covid-19 que assessoram o COI, afirmou confiar nos protocolos adotados pelos organizadores para identificar casos da doença, isolar quem foi contaminado e buscar possíveis contatos próximos a essa pessoa.

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