Pouco antes do apito final no Maracanã, o Obelisco de Buenos Aires já começou a receber torcedores que apareciam agarrados à bandeira argentina, soltando fogos e gritando "campeão, campeão".
Devido à baixa temperatura, 8 graus por volta das 23h, as pessoas chegavam agasalhadas. Os mais animados subiram nas grades do monumento para gritar, agitar quem vinha chegando e levantar as bandeiras. Não houve, obviamente, respeito às medidas sanitárias de distanciamento social.
Neste sábado (10), a Argentina venceu o Brasil por 1 a 0 e conquistou a Copa América.
"Foi a mão de Diego, desde o céu ele ajudou, estou seguro", disse Nahuel, 19, que chegou à praça abraçado a dois amigos e saltitando. "Depois de um ano difícil como este, minha mãe perdeu emprego, nós sofremos muito com a quarentena na minha família, sem poder sair de casa, agora é hora de comemorar. Amanhã vemos", completou.
O Obelisco foi iluminado com as cores branca e celeste. Ao mesmo tempo, na cidade de Rosario, onde nasceu Lionel Messi, o tradicional Monumento à Bandeira também recebeu as cores da bandeira e projeções das imagens de Messi e de Maradona.
Conforme a partida chegava aos seus minutos finais, o que era um grupo reduzido de pessoas se transformou em uma multidão. No centro disso, pessoas agitadas saltavam e gritavam. "Foi muito sofrido, muito angustiante. Mas nós queríamos ver isso por Leo, que merecia ganhar um título importante", afirmou Sofia, 28.
O número de torcedores seguiu aumentando. Famílias inteiras, com crianças pequenas, apareciam para comemorar o título que não vinha havia 28 anos.
Havia presença policial, mas ninguém vigiava o limite de pessoas permitidas em encontros ao ar livre (dez) ou o toque de recolher que existe na capital argentina, a partir das 23h.
Torcedores vieram também em carro e moto, buzinando alto e apitando. Como não havia bares ou restaurantes abertos ao final do jogo, pessoas levaram garrafas térmicas ou de plástico com bebidas.
Nos bares da região de Palermo, havia público assistindo a partida em telões. "Não acreditava muito que ganharíamos, o Brasil era superior, e ainda mais no Maracanã", disse Marcos, 32, que com amigos viu o jogo num bar do bairro e, ao final, saiu de carro até o centro.
As cidades grandes da Argentina já estavam cobertas pelas cores azul e celeste desde a sexta-feira (9). Afinal, em cada aniversário da independência argentina, é costume colocar uma bandeira nacional nas varandas e janelas. A diferença, neste ano, é que ninguém quis retirá-las, e elas continuaram tremulando durante todo o dia 10, para dar coragem aos jogadores.
A seleção deve ser recebida pelo presidente Alberto Fernández, na Casa Rosada, neste domingo (11).
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