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Copa América

Campeã, Argentina acerta contas com a história e se permite olhar para frente

Geração de Messi tira a seleção da fila e celebra a boa base montada por Scaloni

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Rio de Janeiro

Campeã olímpica em 2008, nos Jogos de Pequim, a geração de Lionel Messi, Ángel Di María e Sergio Agüero era, naquela época, o futuro da Argentina. Demorou, mas o trio, liderado por um camisa 10 ainda brilhante, foi capaz de finalmente tirar a seleção de um jejum de quase três décadas sem título.

Neste sábado (10), no Maracanã, a equipe alviceleste venceu o Brasil e conquistou a Copa América. Foi um acerto de contas com o passado e uma justiça histórica para referências que sofreram com o peso da fila.

Agora, livres da responsabilidade de ganhar a qualquer custo, os argentinos podem olhar para frente e enxergar com otimismo a consolidação (mas ainda em evolução) de uma base interessante de atletas encontrada pelo técnico Lionel Scaloni, que, ainda novato, também amadurece seu trabalho.

Após problemas com goleiros na Copa do Mundo de 2018, na Rússia, a Argentina parece ter encontrado um arqueiro no qual se pode confiar.

Emiliano Martínez, 28, foi o terceiro goleiro que mais jogos passou sem sofrer gols na última Premier League, pelo Aston Villa (ING). Com atuações seguras, foi o herói da semifinal do torneio sul-americano ao defender três penalidades da Colômbia.

Na defesa, Cristian Romero, zagueiro de 23 anos da Atalanta (ITA), tornou-se figura indispensável. Busca-se, no entanto, um parceiro mais confiável para ele do que Nicolás Otamendi, de 33 anos.

Tagliafico (mais defensivo) e Acuña (mais ofensivo) também se consolidam como as opções para a lateral-esquerda, enquanto Molina e Montiel brigam pela posição no outro lado.

O meio de campo é o setor que parece mais definido na estrutura da seleção e é também o responsável por dar suporte a Lionel Messi na construção do jogo.

Leandro Paredes, do Paris Saint-Germain (FRA), é o homem à frente da defesa, um meia com bom passe, que faz a saída com qualidade. Ao seu lado, tem Rodrigo De Paul pela direita, que ganhou a confiança de Scaloni, mas ainda explora pouco seu potencial ofensivo na seleção. Pela Udinese (ITA), foram 9 gols e 10 assistências na última Serie A.

Pela esquerda da linha central, joga Giovanni Lo Celso, do Tottenham (ING), outro com ótima capacidade de passes que quebram linhas adversárias e de apoio na construção.

No ataque, Lautaro Martínez se firma como o centroavante titular da seleção. Autor de 17 gols e 10 assistências no título italiano da Inter de Milão (ITA), se aproveitou do declínio de Sergio Agüero, que já tem 33 anos e não vive bom momento físico e técnico.

A Copa América serviu para que Nicolás González ganhasse um lugar. Atacante pelo lado esquerdo, o jogador da Fiorentina (ITA) cumpre papel tático importante, voltando para marcar e fechar a linha de quatro homens no meio.

Protagonista da seleção nos últimos dez anos, Di María, que assim como Agüero tem 33, passou a cumprir papel secundário. Mas suas apresentações recentes vindo do banco de reservas sinalizam que seu talento ainda pode ser útil em determinados contextos.

E ainda há lugar para Lionel Messi. Aos 34 anos, fez na campanha do título uma de suas melhores competições com a seleção. Natural que o time seja montado ao seu redor, mas a boa notícia é o descobrimento de postulantes a protagonistas e, mais do que isso, de uma estrutura com bases assentadas.

Antes da final no Maracanã, Lionel Scaloni falou em sua crença no "projeto", uma palavra que, tratando-se de AFA (Associação do Futebol Argentino), talvez seja forte demais. Porém, há de fato um trabalho, e agora, sem o peso histórico do jejum, a Argentina ganha argumentos para estar otimista com a seleção.

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