Descrição de chapéu Tóquio 2020 atletismo

Fanática pelo Japão, Izabela da Silva está na final do lançamento do disco

Atleta pensou em desistir do esporte e mudou de ideia ao descobrir que Jogos seriam em Tóquio

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Tóquio

Descobrir que as Olimpíadas seriam em Tóquio fez com que Izabela da Silva, 25, desistisse de abandonar a carreira no lançamento do disco.

“Japão é o meu país favorito desde sempre. Era o meu sonho vir para cá”, afirma.

A recompensa pela insistência chegou na noite desta sexta-feira (30) no Brasil, manhã japonesa de sábado (31). Com a marca de 61,52 m, ela se classificou para a final olímpica.

A vaga foi confirmada apenas no último lançamento da croata Maria Tolj, que não conseguiu superar a brasileira na disputa pela 12ª posição. Dois de agosto, dia da final da modalidade no horário do Japão, será o 26º aniversário de Izabela.

Izabela Silva executa seu lançamento no país que admira - Dylan Martinez/Reuters

Ela nem era a mais cotada entre as brasileiras na disputa. A atenção maior estava sobre Andressa de Morais e Fernanda Borges. Ambas foram eliminadas nesta sexta. Andressa já teve de cumprir suspensão pelo uso de substâncias proibidas. Fernanda viajou a Tóquio apenas depois de uma apelação após punição por teste positivo em exame antidoping.

“Para mim, é muito impactante [estar na final]. É o maior presente que poderia receber. Vim para as Olimpíadas apenas para fazer a minha marca”, disse Izabela, para explicar que não estava preocupada com os resultados das demais brasileiras.

A classificação é o grande momento da atleta, que foi campeã mundial júnior em 2014, mas, depois disso, não conseguiu manter o nível esperado. No ano seguinte, passou por cirurgia para retirada de apêndice. Por mais que tentasse, não conseguia voltar a competir em alto nível. O desânimo começou a aparecer.

“Ficou difícil para pegar ânimo, ter o corpo que eu queria. Eu fui ficando satisfeita de ficar só lançando no Brasil. Chegou o momento que eu não queria mais”, confessa.

Fanática por animes (termo que designa as animações japonesas), Izabela mudou de pensamento apenas com a informação de que as Olimpíadas, originalmente programadas para 2020, seriam no Japão. Por causa disso, deixou de lado até uma cirurgia no joelho que terá de fazer no futuro por causa de uma lesão.

Brasileira avançou à final com a 12ª melhor marca - Dylan Martinez/Reuters

Se tivesse de passar pela operação e perder os Jogos, seria o desânimo final para a atleta que compete com três piercings no nariz e alargador nas orelhas. Estilo pessoal que ela adotou ao se mudar para morar sozinha em São Paulo, aos 14 anos, e que não seria aprovado pelos seus pais, residentes em Adamantina (interior paulista).

Izabela gosta tanto do Japão que todos os dias na Vila Olímpica tem feito refeições com a comida local, apesar das várias opções. Apenas na véspera da competição se limitou a frango grelhado e salada.

“Só de estar aqui, estou feliz. Passeios eu deixo para o futuro. Só de estar aqui e saber que vou para a final, é só abraços e alegria”, finalizou, garantindo que compete no seu próximo aniversário mesmo que esteja “rastejando” por causa de qualquer dor no joelho não operado.

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