Descrição de chapéu Tóquio 2020 África

Sem vencer um set, atletas de vôlei do Quênia deixam Tóquio sorrindo

Jogadoras tietam brasileiras e vibram com cada ponto, mesmo com a vitória fora do alcance

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Tóquio

A oposto Chumba mediu Tandara da cabeça aos pés antes de a bola subir na Ariake Arena. A líbero Agripina Kundu seguiu a recomendação do técnico Luizomar de Moura: divertiu-se na quadra dos Jogos Olímpicos. Wacu pediu para fazer uma selfie com Gabi.

Sorrindo, o time de vôlei feminino do Quênia deixou Tóquio com cinco derrotas em cinco jogos e sem o gosto de vencer um set.

Eliminada na primeira fase, a equipe africana se despediu com uma derrota para a seleção brasileira por 3 sets a 0, parciais de 25/10, 25/16 e 25/8, na manhã de segunda-feira (2).

Agripina Kundu vibra com ponto do Quênia na partida contra o Brasil - Luis Robayo/AFP

Classificado em primeiro lugar do Grupo A, o Brasil jogará na quarta-feira (4) contra o Comitê Olímpico Russo, às 9h30 (de Brasília).

Já as quenianas sonham voltar aos Jogos sem ter que esperar quase 17 anos, como ocorreu entre Atenas-2004 e Tóquio-2020.

“É a primeira vez que estou nas Olimpíadas, fiz o meu melhor e estou muito feliz. Levarei a recordação de estar aqui pelo resto da minha vida”, diz Agripina Kundu, 28. “Fiz o que Luizomar pede e me diverti.”

As quenianas só conseguiram ficar à frente do Brasil no placar uma vez, no segundo set, quando fizeram 2 a 1. Mesmo em constante desvantagem, comemoraram cada ponto com entusiasmo.

O Quênia é conhecido como potência no atletismo, e foi no atletismo que conquistou 96 de suas 103 medalhas olímpicas. As outras sete foram no boxe.

Na contramão desse processo, o vôlei tem uma estrutura quase amadora, e nem todas as atletas conseguem sobreviver apenas com rendimentos do esporte.

O pernambucano Luizomar de Moura assumiu a preparação das quenianas dois meses antes de a competição ter o seu início no Japão.

Sua contratação foi viabilizada pela FIVB (Federação Internacional de Voleibol), que tem um projeto para auxiliar o desenvolvimento da modalidade na África. Durante a preparação, Luizomar apresentou vídeos de como as atletas brasileiras treinam e atuam.

“A Tandara me inspira muito, quis aproveitar o máximo próximo dela. Nestas Olimpíadas, tive a oportunidade de ver de perto os grandes times, como Brasil, China, Itália”, falou a oposto Chumba, 22. “Foi algo muito importante estar aqui. Sou nova e aprendi bastante.”

Luizomar diz ter vivido uma "experiência fantástica" no time queniano - Valentyn Ogirenko/Reuters

Como parte do compromisso com a FIVB, Luizomar deverá entregar um relatório do trabalho realizado e dos possíveis avanços.

“Eu saio com uma experiência extremamente fantástica, vivi intensamente essa preparação da equipe do Quênia, além de poder aprender mais da cultura africana, da sua história, e isso não tem preço. Fui recebido com muito carinho”, falou o técnico, que deixou a quadra chorando.

“Espero que, em um espaço curto, a gente posso mostrar não só a alegria das quenianas mas uma evolução física e tática.”

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