Pressionado, Abramovich põe Chelsea à venda e promete doar dinheiro a ucranianos

Bilionário investiu mais de 2 bilhões de libras (R$ 13 bilhões) em quase 20 anos no clube

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São Paulo

Quatro dias após entregar o controle do Chelsea para os curadores da fundação de caridade do clube, o bilionário russo Roman Abramovich anunciou nesta quarta-feira (2) que vai colocar o time inglês à venda.

Em nota divulgada no site da equipe, o russo afirma que a operação "não será acelerada" e que a decisão foi tomada pelo "melhor interesse do clube". Desde o início dos ataques da Rússia contra a Ucrânia, no último dia 24, o empresário passou a ser pressionado pela opinião pública dos britânicos por sua forte ligação com o presidente russo Vladimir Putin.

Bilionário russo Roman Abramovich comprou o Chelsea em 2003
Bilionário russo Roman Abramovich comprou o Chelsea em 2003 - 21.mai.22/AFP

"Na situação atual, tomei, portanto, a decisão de vender o clube, pois acredito que seja do interesse do clube, dos torcedores, dos colaboradores, bem como dos patrocinadores e parceiros do clube", diz trecho do comunicado oficial.

Abramovich afirma, ainda, que não vai pedir o reembolso dos empréstimos feitos ao clube e também doar todo o lucro líquido obtido com a venda do Chelsea para uma fundação que será criada para as vítimas da guerra na Ucrânia.

Depois de adquirir a agremiação londrina em 2003, o bilionário já investiu mais de 2 bilhões de libras (R$ 13 bilhões) em quase 20 anos.

"Isso nunca foi sobre negócios ou dinheiro para mim, mas sobre pura paixão pelo jogo e pelo clube", disse.

No período em que ele esteve à frente do time londrino, a equipe ganhou duas vezes a Champions League, levou o último Mundial de Clubes e teve outras conquistas importantes.

A fortuna do russo é estimada em 8,4 bilhões de libras (R$ 58 bilhões). Além da ligação com o presidente russo Vladimir Putin, ele e é acusado de ter aproveitado para comprar companhias estatais quando a União Soviética foi desmantelada, a preços abaixo do mercado.

De acordo com o jornal "The Sun", o bilionário estaria proibido de residir na Inglaterra justamente por sua ligação com o governo de Putin. Na última vez que ele deu entrada no país, teria usado um visto de Israel, o que garante seis meses de estadia em solo britânico.

Ainda de acordo com a publicação, funcionários da segurança do país teriam sido orientados a barrar a entrada do russo, além de impedir qualquer tentativa dele de conseguir cidadania inglesa.

Veja a íntegra do comunicado de Roman Abramovich

Gostaria de abordar a especulação na mídia nos últimos dias em relação à minha propriedade do Chelsea FC. Como já disse antes, sempre tomei decisões com o melhor interesse do Clube em mente. Na situação atual, tomei, portanto, a decisão de vender o clube, pois acredito que seja do interesse do Clube, dos torcedores, dos colaboradores, bem como dos patrocinadores e parceiros do clube.

A venda do clube não será acelerada, mas seguirá o devido processo. Eu não vou pedir nenhum empréstimo para ser reembolsado. Isso nunca foi sobre negócios ou dinheiro para mim, mas sobre pura paixão pelo jogo e pelo clube. Além disso, instruí minha equipe a criar uma fundação de caridade onde todos os lucros líquidos da venda serão doados. A fundação será para o benefício de todas as vítimas da guerra na Ucrânia. Isso inclui fornecer fundos essenciais para as necessidades urgentes e imediatas das vítimas, bem como apoiar o trabalho de recuperação de longo prazo.

Por favor, saibam que esta foi uma decisão incrivelmente difícil de tomar, e me dói me separar do clube dessa maneira. No entanto, acredito que isso seja do melhor interesse do clube.

Espero poder visitar Stamford Bridge uma última vez para me despedir de todos vocês pessoalmente. Foi um privilégio de uma vida fazer parte do Chelsea FC e estou orgulhoso de todas as nossas conquistas conjuntas. O Chelsea Football Club e seus torcedores estarão sempre em meu coração.

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