A tenista brasileira Beatriz Haddad Maia, 26, segue fazendo história e está na grande final do WTA 1.000 de Toronto, no Canadá.
A paulista derrotou a tcheca Karolina Pliskova, ex-número 1 do mundo e atual 14ª colocada do ranking, em semifinal disputada neste sábado (13).
Bia será estreante em uma decisão deste nível. É a primeira vez que uma brasileira disputará o troféu de um WTA 1.000, categoria mais importante do circuito abaixo dos Grand Slams.
A partida está marcada para as 14h30 (de Brasília) deste domingo (14), e será transmitida pela Espn 2 e pelo serviço de streaming Star+.
Bia chegou a estar perdendo por 5 a 2 no segundo set, mas conseguiu a virada e venceu por 2 a 0, com parciais 6/4 e 7/6.
A adversária na final será Simona Halep (15ª), outra ex-número 1 do mundo. A romena passou pela americana Jessica Pegula (7ª), com vitória por 2 a 1 (2/6, 6/3 e 6/4).
Com o resultado, Halep chegou à sua 18ª final de WTA 1.000 na carreira, igualando-se à americana Serena Williams com o maior número de decisões nesta categoria.
As finalistas já se enfrentaram três vezes, com duas vitórias da romena e uma da brasileira.
"É um momento especial. Tive que me esforçar, pois houve momentos difíceis, e por isso terei a oportunidade de jogar contra Simona na final. É uma campeã, uma pessoa que trabalha duro. Será uma batalha. Mas vou desfrutar e deixar tudo na quadra", declarou Bia.
A histórica campanha de Bia Haddad em Toronto já havia sido marcada pela vitória por 2 a 1 nas oitavas de final sobre a polonesa Iga Swiatek, atual líder do ranking e campeã deste ano em Roland Garros.
Foi a primeira vez que uma brasileira conseguiu derrotar uma número 1 do mundo. Com a classificação, Bia já havia se tornado a primeira tenista do país a chegar às quartas de final em um torneio WTA 1.000.
Na fase seguinte, a paulista venceu também por 2 a 1 a suíça Belinda Bencic, medalhista de ouro na Olimpíada de Tóquio e 12ª do ranking.
Com a campanha, Bia Haddad garante uma inédita entrada para o top 20 mundial, na próxima atualização da lista. Será a 14ª em caso de título, e 16ª se ficar com o vice-campeonato.
Atualmente ela é a 24ª colocada, melhor posição já alcançada por uma tenista brasileira em simples —Maria Esther Bueno foi considerada a melhor jogadora do planeta e venceu sete Grand Slams entre 1959 e 1966, mas ocupou no máximo o 29º lugar após a criação do ranking, em 1975.
A temporada de Bia Haddad já vinha ganhando destaque desde o primeiro semestre, quando ela conseguiu um vice-campeonato de duplas no Aberto da Austrália, ao lado da cazaque Anna Danilina.
Em maio, a paulista venceu seu primeiro torneio de WTA 125, em Saint-Malo (França), e chegou à final em Paris nesta mesma classe. Foi quando entrou pela primeira vez no top 40 do ranking individual.
No mês seguinte, Bia subiu mais um degrau na carreira ao conquistar pela primeira vez um WTA 250, em Nottingham (Inglaterra). A campanha incluiu uma vitória sobre a grega Maria Sakkari, então número 5 do mundo.
O triunfo significou a quebra de um jejum de 54 anos sem títulos femininos brasileiros em grama no circuito mundial —desde a última conquista de Maria Esther, em 1968.
Bia ainda repetiu a dose logo na semana seguinte, ao vencer o WTA 250 de Birmingham. A caminhada até o título passou por uma vitória sobre Simona Halep, por 2 a 1, na semifinal.
A decepção da temporada ficou por conta da eliminação precoce em Wimbledon. Logo após os dois títulos seguidos nos torneios preparatórios, a brasileira caiu já na estreia no Grand Slam, diante da eslovena Kaja Juvan (62ª).
Nas duplas, a brasileira conquistou neste ano o WTA 500 de Sidney (Austrália), também ao lado de Danilina, além da dobradinha em Nottingham, em parceria com a chinesa Shuai Zhang.
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