É falso que Robinho dependa de Bolsonaro para não ser extraditado

André Janones disse ter havido pacto para evitar que ex-jogador cumprisse pena na Itália; Constituição não permite extradição

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São Paulo

É falso post segundo o qual Jair Bolsonaro (PL) teria negado a extradição do ex-jogador de futebol Robinho, condenado em última instância a nove anos de prisão por estupro coletivo na Itália, em nome de um "acordo selado em troca do apoio ao atual presidente".

De fato, o governo italiano pediu que o atleta seja extraditado nesta terça-feira (4), mas o pedido dificilmente será atendido —não por um pacto de Robinho com Bolsonaro, que tenta a reeleição, mas porque, de acordo com a Constituição, o Brasil não extradita seus cidadãos.

"Nenhum brasileiro será extraditado, salvo o naturalizado, em caso de crime comum, praticado antes da naturalização, ou de comprovado envolvimento em tráfico ilícito de entorpecentes e drogas afins, na forma da lei", afirma a Constituição em seu capítulo 1º.

Robinho, homem preto, veste camiseta do Athlético-Mineira, listrada preto e branco com a palavra "Caixa", da Caixa Econômica Federal, estampada no peito. Ele usa blusa preta de manga comprida por baixo da camiseta e leva as duas mãos à cabeça
Robinho quando jogava pelo Atlético-MG - Douglas Magno - 9.ago.2017/AFP

Em 30 de setembro, às vésperas do primeiro turno e antes do pedido de extradição feito pelo governo italiano, Robinho declarou apoio a Bolsonaro nas redes sociais, após quase dez meses sem publicar nada.

O conteúdo falso foi publicado pelo deputado federal reeleito André Janones (Avante) e, até a tarde desta terça-feira (4), só no Twitter tinha 50,7 mil curtidas e mais de 9,3 mil compartilhamentos. A Folha tentou contatá-lo, mas não obteve resposta até a publicação desse texto.

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