Descrição de chapéu Copa do Mundo 2022

Torcedores pausam para orações de sexta-feira durante a primeira Copa em país muçulmano

Estádios com salas de oração facilitam a vida dos seguidores do islamismo na Copa do Qatar

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Andrew Mills
Doha | Reuters

À medida que se aproximava o meio-dia, muezins em todo o Qatar convocaram jogadores de futebol muçulmanos, torcedores e dirigentes para as orações da primeira sexta-feira da primeira Copa do Mundo a acontecer em um país muçulmano.

Na mesquita Ibrahim al-Khalil, na baía oeste de Doha, com seu minarete imponente e portas de madeira esculpida, eles se reuniram para a oração congregacional semanal que muitos muçulmanos acreditam ser obrigatória.

Entre os fiéis estavam torcedores da Tunísia, Omã e Índia, um oficial uniformizado da Fifa, crianças vestidas com uniformes de futebol francês e centenas de homens e mulheres de hotéis e prédios próximos.

Muçulmanos participam das orações de sexta-feira em mesquita de Doha, no Qatar, no mesmo dia do jogo entre o país-sede e Senegal
Muçulmanos participam das orações de sexta-feira em mesquita de Doha, no Qatar, no mesmo dia do jogo entre o país-sede e Senegal - Muath Freij/Reuters

Incomum para o futebol, os torcedores muçulmanos dizem que a Copa do Mundo do Qatar os acomodou como nunca antes —com salas de oração nos estádios, concessões para vender comida halal e nenhum torcedor que bebe cerveja para enfrentar nas arquibancadas após a proibição de álcool no estádio.

"Vim para um país islâmico para participar da oração de sexta-feira... Isso é o que me deixa feliz nesta competição", disse Yousef al Idbari, um torcedor visitante do Marrocos.

Como todos os outros fiéis, Al Idbari tirou os sapatos e entrou na principal sala de orações da mesquita.

O Islã se destacou durante a primeira semana do torneio com uma recitação do Alcorão, o livro sagrado do Islã, na cerimônia de abertura e traduções para o inglês de ditos e ensinamentos do profeta Maomé postados em Doha.

'Esta Copa do Mundo é para mim'

No entanto, embora os muçulmanos que assistem aos jogos no Qatar possam estar desfrutando de uma experiência de torcedor melhor do que antes, não está claro se esta Copa do Mundo mudará as coisas para eles a longo prazo.

"Os primeiros indícios são de que há uma fusão entre as críticas ao Qatar e a hostilidade real contra os muçulmanos", disse Imran Awan, professor de criminologia da Birmingham City University, que está examinando padrões de islamofobia tanto online quanto offline para procurar sinais de uma mudança na opinião pública.

O Qatar tem enfrentado críticas de alguns países que disputam o torneio de 32 equipes devido ao histórico de direitos de trabalhadores migrantes, mulheres e da comunidade LGBTQ.

Por enquanto, os fãs muçulmanos estão apenas curtindo um evento que atende às suas necessidades.

Ridwaan Goolam Hoosen, um ávido torcedor de futebol sul-africano, está acostumado a ter que deixar o local para encontrar um espaço de oração, inclusive na Copa do Mundo de 2010 na África do Sul.

"Você sai e perde um gol do time ou perde alguém sendo expulso", disse ele à Reuters. "Parece que esta Copa do Mundo é para mim, funciona para mim, serve para mim... Esta é a primeira desse tipo assim", disse Goolam Hoosen.

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