Descrição de chapéu Copa do Mundo 2022

Rocinha organiza primeira festa para acompanhar a seleção, vê derrota, mas mantém esperança

Maior favela do país teve evento com 250 caixas de cerveja, DJs e grupo de pagode

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Rio de Janeiro

Apesar do placar de 1 a 0 para Camarões, o clima foi de festa na Rocinha, no Rio, durante toda a partida do Brasil nesta sexta-feira (2).

Considerada a maior do país, a favela localizada na zona sul do Rio de Janeiro concentra cerca de 70 mil habitantes, e pela primeira vez, os próprios moradores organizaram um evento para acompanhar os jogos da seleção.

Nesta sexta, cerca de 5.000 pessoas se aglomeraram na via Ápia, na entrada da comunidade. No local, havia tendas grandes para proteger o público em caso de chuva —a tarde foi de sol e muito calor.

Moradores da favela da Rocinha assistem ao jogo entre Brasil e Camarões, nesta sexta (2)
Moradores da favela da Rocinha assistem ao jogo entre Brasil e Camarões, nesta sexta (2) - Eduardo Anizelli/Folhapress

Diferentemente do Qatar, não faltou cerveja na Rocinha. Foram mais de 250 caixas para dar conta do evento, que também atraiu ambulantes que vendiam diversos petiscos.

"A ideia é justamente incentivar o comércio local. Todo mundo chega junto e colabora com o que pode para realizar esse espetáculo para nós mesmos", disse Ricardo Santos, um dos organizadores do evento.

A falta de um gol do time brasileiro também não desanimou quem preparou looks para torcer. Não se via outras cores além de verde e amarelo. Na feirinha local, era possível encontrar a camisa da seleção brasileira de todos os tipos e tamanhos. A demanda era tanta que os comerciantes não davam conta.

A vendedora Evelyn Silva contou que o estoque separado para o Mundial acabou em dois dias, antes mesmo da estreia do Brasil. "A gente não esperava que seria assim. O povo se animou mesmo. Para o jogo de hoje também já não tinha, tivemos que trazer mais. Deu uma levantada muito grande nas vendas", comemorou.

As barracas ainda vendiam acessórios, bandeiras e até a taça.

Com ou sem hexa, o zelador Francisco de Oliveira já garantiu dois troféus para a favela. A ideia de comprar as réplicas, segundo ele, é incentivar as filhas Elisa e Júlia, de 4 e 3 anos, na torcida pelo Brasil no primeiro Mundial delas.

No intervalo e após a partida, a festa contou com DJs e um grupo de pagode —formado por músicos da comunidade— que animaram a torcida, ainda esperançosa pelos próximos jogos.

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