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Real Madrid apresenta queixa de crime de ódio por ofensas racistas a Vinícius Junior

Movimento Contra a Intolerância e a Associação de Jogadores de Futebol da Espanha também acionaram o Ministério Público

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Fernando Kallas
MADRID | Reuters

O Real Madrid apresentou uma queixa de crime de ódio aos promotores espanhóis por cânticos racistas lançados contra o jogador brasileiro Vinicius Junior, durante a partida de domingo (21), no estádio Mestalla, em Valência, pelo Campeonato Espanhol.

"O Real Madrid C.F. manifesta a sua mais veemente rejeição e condena os acontecimentos ocorridos ontem contra o nosso jogador Vinicius Jr."

Vinicius Junior reagiu contra torcedores após ofensas racistas no estádio Mestalla, em Valencia.
Vinicius Junior reagiu contra torcedores após ofensas racistas no estádio Mestalla, em Valencia. - Pablo Morano/Reuters

Os ataques, segundo o clube afirmou em nota, "constituem um crime de ódio" pelo qual o clube apresentou uma queixa à Procuradoria-Geral do Estado.

O Movimento Contra a Intolerância e a Associação de Jogadores de Futebol da Espanha disseram em um comunicado conjunto que também apresentaram uma queixa ao mesmo Ministério Público, citando calúnias raciais contra o jogador negro.

Ofensas

O atacante criticou diretamente o presidente de La Liga, Javier Tebas, depois de o dirigente sugerir nas redes sociais que o brasileiro se informasse melhor antes de questionar a organização.

"A imagem do seu campeonato está abalada. Omitir-se só faz com que você se iguale a racistas. Não sou seu amigo para conversar sobre racismo. Quero ações e punições. Hashtag não me comove", escreveu o jogador da seleção brasileira em resposta ao dirigente no Twitter.

Vinicius foi expulso depois de uma confusão iniciada após xingamentos proferidos contra ele por torcedores do Valencia no estádio Mestalla —o time da capital foi derrotado por 1 a 0. O brasileiro foi novamente chamado de "macaco".

O atacante criticou a organização do campeonato espanhol, lembrando que essa não foi "a primeira, nem a segunda e nem a terceira" vez que ele foi alvo de racismo nos estádios do país. O jogador sinalizou, inclusive, que pode deixar a Espanha em decorrência desses episódios.

"Uma nação linda, que me acolheu e que amo, mas que aceitou exportar a imagem para o mundo de um país racista [...] Mas eu sou forte e vou até o fim contra os racistas. Mesmo que longe daqui", escreveu Vini após o duelo com o Valencia.

Depois dessa publicação, o presidente da liga também se manifestou no Twitter para defender a entidade e acusou o jogador de não ter comparecido a reuniões solicitadas pelo próprio atleta, de acordo com o dirigente, para tratar dos recorrentes ataques racistas que ele vem recebendo.

"Já que aqueles que deveriam não te explicam o que pode fazer a La Liga nos casos de racismo, tentamos explicar, mas você não compareceu a nenhuma das duas datas que você mesmo solicitou. Antes de criticar e difamar La Liga, é necessário que se informe adequadamente. Não se deixe manipular e tenha certeza de entender bem as competências de cada um e o trabalho que estamos fazendo juntos", escreveu Tebas.

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