Fifa permitirá braçadeiras com mensagens de causas sociais na Copa feminina

Após polêmica no Mundial do Qatar, entidade chega a acordo com federações e jogadoras

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São Paulo

As capitãs das 32 seleções que vão disputar a Copa do Mundo Feminina deste ano, na Austrália e na Nova Zelândia, poderão usar braçadeiras com mensagens em favor de causas sociais, como inclusão, igualdade de gênero e combate à fome e à violência doméstica.

A permissão confirmada pela Fifa nesta sexta-feira (30) reverte uma política amplamente criticada durante a Copa do Mundo Masculina, em 2022, no Qatar, quando a entidade ameaçou punir seleções e atletas que usassem adereços com a frase "One Love" ("Um Amor"), com as cores do arco-íris, em favor da inclusão da comunidade LGBTQIA+. No país que sediou o último Mundial, ser homossexual é ilegal.

Ao todo, 10 das 32 seleções que disputaram a Copa pretendiam usar a braçadeira, mas foram alertadas de que isso poderia resultar em punições como cartão amarelo para os atletas. No Mundial, com dois cartões acumulados, um jogador já deve cumprir um jogo de suspensão.

Braçadeiras que as jogadoras poderão usar durante a Copa do Mundo Feminina
Braçadeiras que as jogadoras poderão usar durante a Copa do Mundo Feminina - Fifa/Reuters

Em março, o presidente da Fifa, Gianni Infantino, reconheceu que aprendeu com os protestos públicos e o desprezo online que recebeu sobre a proibição de braçadeiras de arco-íris no Qatar.

"Todos nós passamos por um processo de aprendizado", afirmou o dirigente. Nesta sexta, ele afirmou que o futebol une o mundo, "mas faz ainda mais do que isso ao poder colocar os holofotes em causas muito importantes na nossa sociedade".

Na Austrália e na Nova Zelândia, as jogadoras poderão escolher entre oito temas diferentes que fazem parte da campanha "O futebol une o mundo", lançada pela Fifa.

De acordo com a entidade, os temas foram escolhidos em conjunto com as federações nacionais, atletas e agências da ONU (Organização das Nações Unidas).

As mensagens também serão divulgadas nos estádios por meio de painéis digitais ao lado dos gramados, bandeiras apresentadas em campo, telões gigantes nos estádios e nas redes sociais.

"Estamos empenhados em usar o poder do futebol como uma força para o bem. Unidos, podemos fazer a diferença", disse a secretária-geral da Fifa, Fatma Samoura.

As braçadeiras disponíveis contém as seguintes mensagens: "Unidos pela Inclusão", "Unidos pelos Povos Indígenas", "Unidos pela Igualdade de Gênero", "Unidos pela educação para todos", "Unidos contra a fome", "Unidos pelo Fim da Violência Contra a Mulher", "Futebol é Alegria, Paz, Amor, Esperança e Paixão" e "Unidos pela paz".

Nas redes socais, jogadoras de várias seleções femininas que disputarão a Copa falaram sobre suas intenções de destacar o apoio à comunidade LGBTQIA+.

Algumas equipes já usam braçadeiras de arco-íris em muitas de suas partidas, enquanto outras jogadoras e equipes usaram braçadeiras e pulseiras no passado para destacar questões como abuso sexual, igualdade de gênero e controle de armas.

De acordo com a Fifa, a Copa do Mundo Feminina na Austrália e Nova Zelândia deverá atrair um público estimado em mais de dois bilhões de pessoas em todo o mundo, "fornecendo uma plataforma ideal para aumentar a conscientização para questões sociais importantes."

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