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Grupo de torcedores do Corinthians agride Luan em motel

Imagens do momento foram publicadas nas redes sociais; polícia investiga o caso

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São Paulo

Um grupo de dez torcedores do Corinthians arrancou à força o meia-atacante Luan de um quarto de motel e o agrediu na madrugada desta terça-feira (4). Aos gritos de que "aqui é Gaviões" e "sai do Corinthians", ele foi agarrado pelo pescoço, recebeu tapas nas costas e soco nas costelas.

Segundo uma funcionária do motel, eles entraram no estabelecimento de forma ordenada, sem agredir nenhum colaborador física ou verbalmente, e pareciam já saber o quarto em que o jogador estava. Enquanto Luan era agredido, alguns deles, que estavam do lado de fora, soltaram rojões. O grupo apelidou a si mesmo de "tropa do Caribe", em alusão ao nome do motel.

Assim que soube da agressão, o presidente do clube, Duilio Monteiro Alves, telefonou para Cesar Saad, delegado do Drade (Delegacia de Repressão aos Delitos de Intolerância Esportiva, ligada à Polícia Civil de São Paulo) e pediu ajuda. Um carro foi enviado até o local, e, até o começo da tarde de quinta, os policiais colhiam dados sobre a ocorrência e buscavam imagens do circuito interno de TV.

Imagens de Luan sendo agredido foram publicadas por torcedores nas redes sociais.

Luan não entrou em campo nesta temporada - Rodrigo Coca - 29.mai.21/Ag. Corinthians

Até o final da manhã, a assessoria do Corinthians afirmava não ter conseguido entrar em contato com Luan ou com seu empresário, Paulo Pitombeira. A diretoria divulgou nota lamentando o episódio (leia mais abaixo).

Segundo integrantes da organizada, o jogador estava com nove mulheres no quarto. Funcionária do motel disse à Folha que eram menos do que isso, mas havia "algumas".

Contratado em 2019 pelo Corinthians por quase R$ 29 milhões, o jogador virou centro de polêmica por causa do alto salário (cerca de R$ 800 mil mensais) e do baixo desempenho. Ele não tem sido utilizado desde o ano passado e chegou a ser emprestado para o Santos, que ficou encarregado de arcar com apenas R$ 100 mil dos vencimentos do atleta, enquanto o clube de Parque São Jorge ficava com o restante.

Em entrevista recente ao podcast do ex-jogador Denílson, Luan disse que estava pronto para jogar e que havia pedido oportunidades para Vítor Pereira (treinador em 2022) e Vanderlei Luxemburgo (o atual), sem ser atendido.

Há meses, Duilio Monteiro Alves tenta achar uma solução para a situação de Luan, mas, afirma ele, o Corinthians não tem dinheiro para pagar a rescisão que o grupo de torcedores tentou nesta madrugada conseguir na base da violência.

Polícia identifica sete suspeitos de agressão

No começo da tarde, a Polícia Civil identificou sete suspeitos de terem agredido o jogador corintiano.

Conforme o delegado Daniel José Orsomarzo, as identificações foram realizadas através de fotos e vídeos publicados nas redes sociais.

Uma das imagens foi tirada dentro de uma lanchonete no centro de São Paulo. Na foto é possível visualizar sete pessoas com os rostos descobertos. O autor da publicação escreveu: alvo encontrado com sucesso.

A suspeita é de que alguns dos suspeitos façam parte da diretoria de uma das organizadas do clube alvinegro.

Até por volta das 15 horas, o atleta não havia comparecido até uma delegacia para registrar boletim de ocorrência. Pela lei, Luan tem o prazo de 6 meses para representar contra seus agressores.

Investigadores já foram até o motel e solicitaram imagens que também possam contribuir com a investigação

Leia a nota divulgada pelo Corinthians:

"O Sport Club Corinthians Paulista recebeu com tristeza e indignação a informação de que o atleta Luan foi agredido por supostos torcedores na madrugada desta terça-feira (04), em São Paulo.

O clube acompanha a apuração dos fatos e está oferecendo todo o suporte necessário ao jogador, como sempre fez desde a sua chegada, em 2020.

Depois de mais um repugnante caso de violência, o Corinthians lamenta o atual momento de intolerância que domina o futebol brasileiro. Nada justifica a agressão covarde sofrida pelo atleta."

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