Futebol feminino provoca interesse em 63% dos brasileiros, aponta Datafolha

Homens dão maior importância à modalidade do que as mulheres e veem mais as partidas

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São Paulo

O futebol feminino, cuja Copa do Mundo está sendo finalizada nesta semana, provoca interesse na maioria dos brasileiros. É o que indica pesquisa Datafolha realizada entre os dias 31 de julho e 7 de agosto, em 169 municípios de todo o Brasil.

Foram ouvidas presencialmente 2.535 pessoas, de 16 anos ou mais. O levantamento apontou que 63% da população têm algum interesse na modalidade. A margem de erro é de dois pontos percentuais, para mais ou para menos, com um nível de confiança de 95%.

Os entrevistados ouviram a seguinte pergunta: qual é o seu grau de interesse por futebol feminino? "Muito interesse" foi a resposta de 18%, e 46% declararam "um pouco de interesse". Já 36% indicaram "nenhum interesse".

Debinha anota gol do Brasil na Copa do Mundo feminina - Patrick Hamilton - 29.jul.23/AFP

Os homens entrevistados demonstraram maior entusiasmo pela modalidade do que as mulheres. O interesse entre eles ficou na casa dos 71%; o número delas foi de 56% –16% das mulheres declararam "muito interesse". No recorte por gênero, a margem de erro é de três pontos percentuais.

O interesse no futebol feminino é majoritário em todas as variáveis demográficas e alcança patamares mais elevados entre os mais jovens. São 76% os interessados com idade de 16 aos 24 anos, número que vai caindo a cada faixa até o grupo com 60 anos ou mais, com interesse de 57% –a margem de erro para essas faixas etárias é de quatro pontos percentuais.

Ainda é relativamente baixa, no entanto, especialmente na comparação com o futebol masculino (47%), a parcela da população que já foi ao estádio ver uma partida feminina, 10%. A pesquisa indicou que 12% dos homens e 8% das mulheres já estiveram em um jogo de mulheres.

Mesmo pela televisão o interesse é maior entre os homens, 62% dos quais disseram ter visto ao menos um jogo da seleção brasileira na Copa do Mundo. O número das mulheres foi de 52%. Uma ressalva: a pesquisa foi realizada de 31 de julho a 7 de agosto, e o Brasil disputou seu último jogo na manhã de 2 de agosto; ou seja, parte das entrevistas ocorreu antes da partida derradeira.

De qualquer maneira, homens e mulheres veem a relevância do futebol feminino em crescimento. Para 72% da população, a relevância está crescendo. Parcelas grandes acreditam que a modalidade seja "muito importante" para as mulheres em geral (75%), para o esporte brasileiro (77%) e para a sociedade brasileira (69%).

Todos os números estão dentro de um contexto histórico do futebol feminino; no mundo, de maneira geral, e no Brasil, em particular. A modalidade foi proibida por lei no país até 1979 e levou muito tempo até que de fato começasse a receber algum tipo de incentivo.

A evolução ainda não ocorre na velocidade que muitos e muitas gostariam de ver, mas o período recente foi de mudanças significativas, como o estabelecimento de um Campeonato Brasileiro consolidado, disputado ininterruptamente desde 2013 e com as principais camisas nacionais.

Os públicos estão crescendo, em movimento que emula o que já ocorre em nível superior na Europa. A partida que decidiu o último Brasileiro, por exemplo, uma vitória por 4 a 1 do Corinthians sobre o Internacional, teve 41.070 espectadores no estádio de Itaquera, em São Paulo, um recorde para duelos femininos de clubes na América do Sul.

A atual Copa do Mundo, como já havia ocorrido na anterior, tem jogos transmitidos também em TV aberta, com resposta considerada positiva da audiência. A decepção ficou mesmo pela campanha do Brasil, eliminado na primeira fase, mas parecem ter razão os 72% que veem a importância da modalidade crescendo.

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