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Ministério Público espanhol apresenta denúncia contra Rubiales

Dirigente é investigado por crimes de agressão sexual pelo beijo forçado em Jenni Hermoso

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Madri | AFP

O Ministério Público da Espanha apresentou nesta sexta-feira (8) uma denúncia contra o presidente suspenso da Federação Espanhola de Futebol, Luis Rubiales, por possíveis crimes de agressão sexual e coação pelo beijo forçado na atleta Jenni Hermoso durante a cerimônia de premiação da Copa do Mundo feminina.

"A promotora solicita a tomada de depoimento de Luis Rubiales, na condição de investigado, e de Jenni Hermoso, como vítima", informou o MP em um comunicado.

Agora, um tribunal da Audiência Nacional, instância competente para jugar atos que acontecem no exterior, deve decidir se admite a denúncia e abre um processo ou se arquiva a queixa.

Desde uma recente reforma do Código Penal espanhol, um beijo não consensual pode ser considerado uma agressão sexual, uma categoria penal que reúne todos os tipos de violência sexual.

Presidente da federação espanhola de futebol, Luis Rubiales, durante entrevista - Gabriel Bouys - 27.nov.19/AFP

Rubiales provocou indignação na Espanha e na comunidade internacional pelo beijo que deu na boca da jogadora da seleção, sem consentimento, durante a cerimônia de entrega de medalhas da Copa do Mundo feminina, em 20 de agosto, pouco depois da vitória da Espanha sobre a Inglaterra, em Sydney, na Austrália.

Na quarta-feira (6), Hermoso abriu um processo contra Luis Rubiales. A queixa apresentada era fundamental para que o processo judicial pudesse avançar. A promotoria da Audiência Nacional (ANE) já tinha iniciado uma investigação preliminar contra o dirigente por "suposto crime de assédio sexual".

"Jenni Hermoso afirmou no seu depoimento que tanto ela como as pessoas mais próximas sofriam pressões constantes e repetidas de Luis Rubiales e do seu ambiente profissional para justificar e aprovar os fatos", indica o comunicado, acrescentando que "este assédio pode constituir um crime de coerção".

O escândalo desencadeado por Rubiales agita o futebol espanhol há semanas. O dirigente, que se recusou a demitir-se da entidade e atacou o que chamou de "falso feminismo", foi suspenso do cargo por 90 dias pela Fifa.

A jogadora de 33 anos afirmou posteriormente que se sentiu "vulnerável e vítima de agressões" ao receber o beijo, que na sua opinião foi "um ato impulsivo, sexista, fora do lugar e sem qualquer tipo de consentimento".

Na Espanha, o Tribunal Administrativo do Desporto (TAD) abriu um processo contra ele e o governo espanhol pediu-lhe que fosse mais longe e suspendesse também Rubiales, que, no entanto, denuncia ter sido vítima de um "linchamento político e mediático sem precedentes".

Entretanto, a Federação anunciou na terça-feira a demissão do treinador feminino, Jorge Vilda, considerado próximo de Rubiales e criticado pelos jogadores, como uma das suas primeiras "medidas de renovação", e nomeou em seu lugar Montse Tomé, a primeira mulher a ocupar o cargo.

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