A polícia espanhola prendeu nesta quinta-feira (14) três jovens jogadores do Real Madrid por supostamente distribuir um vídeo sexual apresentando um menor de idade, e as prisões aumentaram o furor sobre o sexismo e o comportamento machista no futebol espanhol.
Os jogadores, que não são menores, foram posteriormente libertados na sequência de uma decisão judicial e após a apreensão dos dados dos seus celulares, informou a polícia em um comunicado.
O caso decorre de uma denúncia apresentada pela mãe de uma menina de 16 anos nas Ilhas Canárias sobre uma suposta gravação de relações sexuais, disse a polícia. Acrescentaram que embora a menina afirmasse que as relações eram consensuais, a gravação ocorreu em junho sem o seu consentimento e que ela tomou conhecimento recentemente.
As prisões ocorrem em meio a acusações de abuso sexual contra o ex-chefe da federação de futebol Luis Rubiales, que beijou na boca a vencedora da Copa do Mundo da Espanha, Jenni Hermoso, no mês passado, desencadeando uma onda de indignação semelhante ao movimento Me Too.
Rubiales renunciou no domingo, após semanas desafiando os apelos para que ele renunciasse, e deve comparecer perante um juiz na sexta-feira. Ele afirma que o beijo foi mútuo e consensual.
A polícia disse que os três foram detidos no complexo esportivo do Real Madrid, em Madri, e um quarto jogador estava sendo investigado. Um dos presos é jogador do time reserva e dois jogam no terceiro time.
O Real Madrid emitiu um comunicado dizendo apenas que um total de quatro jogadores da seleção juvenil foram interrogados pela polícia "em conexão com uma denúncia sobre uma suposta divulgação de um vídeo privado via sistema de mensagens WhatsApp".
Segundo o jornal El Confidencial, o principal sujeito da investigação é um jogador da terceira equipe, que teria registrado a sua relação sexual com a vítima de 16 anos.
Os três são suspeitos de cometer um crime conhecido no direito penal espanhol como "revelação de segredos de natureza sexual", disse um porta-voz da polícia.
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