Manchester City gasta R$ 2,4 bilhões com salários e bate recorde no futebol inglês

Equipe campeã da Champions e da liga inglesa anunciou ainda uma receita de R$ 4,3 bilhões

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Tariq Panja
Londres | The New York Times

O Manchester City, a equipe dominante da Premier League na maior parte da última década, anunciou na última semana que gastou mais em salários de jogadores na temporada passada do que qualquer equipe na história do futebol britânico, pagando mais de US$ 500 milhões (R$ 2,4 bilhões).

Respaldado pelos gastos generosos de seu proprietário, Sheikh Mansour bin Zayed al Nahyan, irmão do governante dos Emirados Árabes Unidos, na última temporada o City conquistou o terceiro título consecutivo da Premier League, a Copa da Inglaterra e seu primeiro título da Liga dos Campeões –uma chamada tríplice coroa que apenas uma equipe inglesa havia alcançado anteriormente.

O sucesso do City foi construído na habilidade tática do treinador espanhol da equipe, Pep Guardiola, e em uma variedade de jogadores de classe mundial, mas também em um suprimento aparentemente ilimitado de dinheiro.

Jogadores do Manchester City comemoram gol em partida contra o Chelsea no estádio Stamford Bridge, em Londres
Jogadores do Manchester City comemoram gol em partida contra o Chelsea no estádio Stamford Bridge, em Londres - John Sibley - 12.nov.2023/ Action Images via Reuters

O norueguês Erling Haaland é o líder do time em campo. Ele foi o artilheiro da Champions passada, conquistou o troféu Gerd Müller –dado ao artilheiro do mundo– e foi finalista da Bola de Ouro, conquistada por Messi.

Agora, o City só fica atrás do Barcelona em termos de salários pagos aos jogadores, mas, ao contrário do supertime espanhol, o City não sofreu uma crise financeira como resultado. Em vez disso, o City também anunciou receitas recordes de 712,8 milhões de libras (quase US$ 900 milhões, ou R$ 4,3 bilhões) –outro recorde britânico– para o ano até junho.

Em sua declaração anual, o clube também se vangloriou de um lucro de 80 milhões de libras (R$ 486 milhões), o dobro do que foi relatado no ano anterior. Todos os números destacaram uma transformação nas circunstâncias econômicas do City, que por anos foram definidas por pesadas perdas causadas por um nível de gastos que poucos rivais poderiam igualar.

No entanto, o sucesso comercial do City e seu progresso financeiro têm sido envoltos em controvérsia há anos. Uma investigação da Premier League que durou anos resultou em mais de cem acusações de violação de regras contra a equipe este ano –a maioria relacionada a alegações de acordos de patrocínio inflacionados com empresas dos Emirados Árabes Unidos e salários mal relatados. O City contestou as acusações da Premier League e suas conclusões sobre as finanças do clube.

Um painel independente atuando em nome da liga passou anos ouvindo o caso, que foi aberto em 2018 após um vazamento de documentos internos do clube. Em 2020, o City apelou com sucesso de uma proibição da Liga dos Campeões imposta após uma investigação separada do órgão governante do futebol europeu. Seus advogados argumentaram com sucesso que as informações que formavam o cerne do caso estavam prescritas.

Esses problemas legais não distraíram a equipe no campo, onde ela se tornou uma das máquinas vencedoras mais confiáveis da história do futebol inglês. O City conquistou quatro dos últimos cinco títulos da Premier League e, após 12 jogos da temporada atual disputados, ocupa seu lugar habitual no topo da tabela.

O presidente do City, Khaldoon Al Mubarak, um dos principais tenentes da família real dos Emirados Árabes Unidos, disse que a equipe não diminuirá o ritmo tão cedo. O clube irá "reforçar as filosofias e práticas comprovadas que nos trouxeram esse sucesso", disse ele em comentários divulgados pelo clube.

"Continuaremos a questionar todas as normas da indústria", acrescentou.

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