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Após bom ano no tênis, Brasil tenta consolidar crescimento e prioriza Paris

Modalidade vê janela de oportunidade com sucesso de Bia Haddad, duplistas de qualidade e vitrine olímpica

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São Paulo

Beatriz Haddad Maia não é Gustavo Kuerten, tricampeão de Roland Garros e líder do ranking mundial na virada do século, mas é um dos motivos pelos quais o tênis brasileiro vive seu momento de maior entusiasmo desde a era Guga. Ela não foi a única atleta do país a obter bons resultados em 2023, e o 2024 que se inicia é visto como uma oportunidade para a consolidação da modalidade.

A paulista de 27 anos vai estrear neste sábado (13) no Aberto da Austrália, seu primeiro grande desafio na temporada. Outro será a disputa dos Jogos Olímpicos de Paris, tida como chave por quem comanda o esporte da bolinha amarela no Brasil.

A CBT (Confederação Brasileira de Tênis) definiu como meta ter o maior número possível de representantes na França. Parte das vagas é definida pelo ranking, e o método adotado para potencializar a pontuação dos brasileiros foi oferecer um calendário mais robusto de torneios das séries Challenger e ITF em território nacional –a maioria no primeiro semestre.

Laura Pigossi, ouro no Pan, está classificada para Paris-2024 - Pilar Olivares - 29.out.23/Reuters

"Paris-2024 é a grande expectativa deste ano. As Olimpíadas são um grande objetivo para todos os tenistas brasileiros. E a gente focou, então, o primeiro quadrimestre, com uma grande quantidade de torneios, para que esses tenistas possam somar pontos importantes e tentar aquela última chance de qualificação", disse o presidente da CBT, Rafael Westrupp.

Laura Pigossi, medalha de ouro nos Jogos Pan-Americanos de Santiago, já está assegurada no torneio olímpico. Bia Haddad, 11ª colocada no ranking mundial, também. Duplistas de alto nível, Luisa Stefani e Rafael Matos são outros que provavelmente estarão na capital francesa, um lugar de boas memórias para o tênis brasileiro.

O campeonato olímpico será realizado no complexo de Roland Garros, onde Kuerten se estabeleceu como figura de destaque na história do tênis. Onde Haddad Maia teve sua campanha mais relevante, lutando até as semifinais de 2023, em duelo duro com a número um Iga Swiatek, e chegando pela primeira vez ao top 10.

"O ano olímpico é especial. Eu nunca joguei uma Olimpíada", afirmou Haddad, ciente de que agora carrega uma responsabilidade maior em seus ombros, uma expectativa criada com base em seu talento e em seu desempenho recente.

Mas o tênis brasileiro –que celebra também as atuações do cadeirante Ymanitu Silva, número dez do mundo, e o sucesso comercial do beach tennis– não se resume a Bia. A temporada 2023 teve título juvenil de João Fonseca no Aberto dos Estados Unidos, títulos de Stefani e Matos nas duplas e uma surpreendente vitória sobre a respeitada Dinamarca, que colocou o Brasil na elite da Copa Davis.

De acordo com o presidente da CBT, do ponto de vista administrativo, a situação é bem diferente da observada no período em que o fenômeno Guga foi basicamente desperdiçado como oportunidade de desenvolvimento da modalidade. Se não há Kuerten, diz ele, não há a desorganização de outrora na confederação.

Westrupp é também presidente da Cosat (Confederação Sul-Americana de Tênis) e vice-presidente da ITF (Federação Internacional de Tênis). Orgulhoso por gerir a CBT "como empresa", "longe das antigas práticas da cartolagem", ele aponta a "tempestade perfeita" que une bom momento técnico e estrutura financeira sólida, com oito patrocinadores fixos.

Rafael Westrupp, presidente da CBT (Confederação Brasileira de Tênis)
Rafael Westrupp vê com otimismo o futuro do tênis brasileiro - Divulgação/CBT

Sua gestão não é imune a críticas, com questionamentos sobre a gerência da base e outros pontos de discórdia. Mas o Brasil vive realmente uma fase positiva no tênis, com a expectativa de que o ano olímpico –e os resultados de Bia Haddad, que começou a temporada com um título nas duplas, em Adelaide– ajude a estabelecer uma realidade mais sólida.

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