"Queríamos ter aqui o coração que Kuerten desenhou na quadra. Mas ele está aqui dentro", disse à Folha, apontando para o próprio peito, o presidente da Federação Francesa de Tênis, Gilles Moretton, na inauguração do "Teniseum".
O museu do tênis do complexo de Roland Garros foi aberto ao público nesta quinta-feira (23), às vésperas do início da chave principal do torneio.
Moretton se referia ao coração que Gustavo Kuerten desenhou no saibro da quadra central ao conquistar o tricampeonato de Roland Garros, em 2001, uma forma de retribuir o carinho do público parisiense e uma das comemorações mais famosas da história do tênis.
Se não foi possível guardar o desenho efêmero, o brasileiro está bem representado no Teniseum, por uma camisa polo que ele usou naquele ano, autografada e doada pelo próprio Guga.
A relíquia figura com destaque entre outras peças históricas do tênis, como uma raquete da americana Chris Evert, estrela dos anos 1970 e 1980, e uma das características faixas que o sueco Björn Borg, seis vezes campeão em Roland Garros, usava na testa. Na legenda do objeto, a indicação da data, no melhor estilo museológico, "circa 1980", reforça a impressão de que em poucas décadas o tênis evoluiu tanto que a época de Borg parece tão distante quanto a civilização mesopotâmica.
O Teniseum é uma atração a mais do complexo de Roland Garros para os torcedores. Fica logo na entrada para o público, atrás da estátua dedicada ao recordista de títulos local, o espanhol Rafael Nadal, que este ano se despede tentando um inacreditável décimo quinto triunfo no aberto francês.
O museu foi erguido em um local histórico para o tênis francês. Quatro décadas atrás, ali ficava uma casa que servia de alojamento para jovens jogadores franceses, como o próprio Gilles Moretton, hoje cartola. Na adolescência ele dividiu quarto na casa com um certo Yannick Noah, último francês campeão de simples masculino do Grand Slam parisiense, em 1983. O Teniseum reproduz o armário que Noah usava no vestiário de Roland Garros.
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