Alemanha encara Eurocopa em casa como novo ponto de partida

Anfitriões abrem a competição europeia nesta sexta-feira (14) contra a Escócia, em Munique

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São Paulo

Desde 2018, quando foi escolhida como sede da Eurocopa deste ano, a Alemanha experimentou emoções contraditórias. Ao mesmo tempo em que receber o torneio é motivo de alegria para os alemães, o medo de protagonizar um vexame em casa assombrava os torcedores.

Havia a sensação no país de que, se não fosse a vaga assegurada como anfitriã, a seleção corria um sério risco de nem se classificar caso tivesse que disputar as eliminatórias.

De março a setembro de 2023, período em que as seleções europeias disputaram boa parte dos jogos das eliminatórias da Eurocopa, a Alemanha perdeu quatro dos seis amistosos que disputou. A única vitória foi contra o Peru, em 25 de março. Depois disso, só não saiu derrotada no empate com a Ucrânia.

Tobias Schwarz - 11.jun.24/AFP
Goleiro Neuer durante treino da seleção da Alemanha - AFP

A série de resultados negativos incluiu derrotas para Bélgica, Polônia, Colômbia e Japão, sendo o revés no duelo com os japoneses a gota d'água para a demissão do técnico Hansi Flick.

O treinador já vinha pressionado desde a Copa do Mundo de 2022, no Qatar, quando a seleção alemã caiu novamente na fase de grupos, como havia ocorrido de forma inédita no Mundial de 2018, na Rússia.

Os fracassos no principal palco do futebol, de certa forma, pareciam decretar o fim do vitorioso ciclo que a Alemanha iniciou em 2006, quando sediou a Copa do Mundo, culminando com sua histórica conquista no Brasil, em 2014, com direito à emblemática vitória por 7 a 1 sobre os anfitriões na semifinal e a superação da Argentina de Messi na decisão.

Por isso a Euro deste ano é encarada pelos alemães como uma chance de voltar ao ponto de partida para iniciar uma nova era.

Nesta sexta-feira (14), às 16h (de Brasília), Alemanha e Escócia fazem a partida de abertura da Euro 2024, em Munique. O confronto terá transmissão de Globo e SporTV.

À beira do gramado da Arena de Munique estará o jovem técnico Julian Nagelsmann, 36, considerado pela mídia alemã como mais ousado e carismático do que seu antecessor, além de alguém capaz de renovar o espírito vencedor dos jogadores.

Em quase dez meses de trabalho, seu desempenho ainda não salta aos olhos, mas indica que a equipe tem potencial para crescer: em oito jogos da equipe sob seu comando, são quatro vitórias (Estados Unidos, França, Holanda e Grécia), dois empates (México e Ucrânia) e duas derrotas (Áustria e Turquia). Com os resultados, seu aproveitamento é de 58,3%.

Em março deste ano, o técnico trouxe de volta Toni Kroos, que já havia anunciado sua aposentadoria da seleção. Aos 34 anos, o agora ex-meia do Real Madrid vai se despedir do futebol na disputa da Eurocopa. Depois de encerrar sua passagem pelo time espanhol com mais um título da Champions League, a sexta de sua galeria, a expectativa dele é também dar adeus ao povo alemão com um troféu em casa.

"Se não achasse que era possível, não teria voltado, porque sempre quis vencer todas as competições que joguei", disse o jogador, um dos poucos remanescentes do elenco campeão do mundo em 2014. Neuer e Thomas Muller são os outros dois.

O retorno do jogador indica que Nagelsmman quer resgatar o toque de bola da Alemanha em vez de forçar contra-ataques.

Além de Kroos, Neuer, Rüdiger e Havertz forma o que se pode considerar a espinha dorsal da equipe, que também aposta na juventude de nomes como Florian Wirtz, de 21 anos, destaque do Bayer Leverkusen na conquista do Campeonato Alemão. Ele fez 11 gols e deu 11 assistências na competição.

O Bayer cedeu, ainda, mais dois jogadores: o volante Andrich e o zagueiro Tah. Finalista da Champions, o Borussia Dortmund teve três atletas convocados: o atacante Füllkrug, o zagueiro Schlotterbeck e o meio-campista Emre Can, chamado às vésperas do torneio após o corte de Aleksandar Pavlovć, do Bayern de Munique, cortado após ficar doente.

A Eurocopa será disputada de 14 de junho a 14 de julho. A Alemanha está no Grupo A, ao lado de Escócia, Hungria e Suíça. Os alemães são os maiores vencedores do torneio, ao lado da Espanha, com três títulos para cada uma das equipes. A Alemanha venceu em 1972, 1980 e 1996.

"Para os jogadores, e para mim como treinador, participar num torneio em casa é uma oportunidade única. Há pressão envolvida, mas ainda mais alegria", afirmou Julian Nagelsmann.

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