Ana Patrícia e Duda querem voltar de Paris com a melhor foto dos Jogos Olímpicos

Uma das atrações dos Jogos Olímpicos de Paris é a realização de eventos em meio a tradicionais cartões-postais. Se você é adepto das redes sociais e tem amigos que estarão na capital francesa nos próximos dias, prepare-se para uma enxurrada de fotografias tiradas a partir da arena do vôlei de praia, montada no Campo de Marte, em frente à torre Eiffel.

Ana Patrícia e Duda esperam estar nas melhores imagens. Querem posar com medalhas de ouro no peito e têm motivos reais para acreditar nessa possibilidade.

"Ficaria bonito, né?", sorriu a sergipana Duda, 25, que conhece a mineira Ana Patrícia, 26, faz tempo. Elas atuaram juntas nas categorias menores e, em 2014, adolescentes, conquistaram o título nos Jogos Olímpicos da Juventude, em Nanquim.

Passaram a atuar com parceiras diferentes quando se tornaram profissionais, mas reeditaram a velha dupla após resultados considerados decepcionantes nos Jogos de Tóquio, em 2021. Duda, ao lado de Ágatha, caiu nas oitavas de final, e Ana Patrícia parou nas quartas, com Rebecca.

Foi a primeira vez desde a inclusão do vôlei de praia no programa olímpico, em 1996, que o Brasil não conquistou nenhuma medalha. Uma informação que a dupla já está cansada de ouvir, como observou Duda: "Acho que é a pergunta que a gente mais ouve, né?".

Para Ana Patrícia, a repercussão foi chocante, mas também educativa. Ela se incomodou inicialmente com a pressão exercida nas redes sociais e disse que chega a Paris de maneira diferente por conta disso. "Aquela vivência foi muito importante, tive que aprender a lidar com essa situação."

A frustração motivou ótimos resultados. Em 2022, a dupla venceu o Mundial, em Roma. Em 2023, ficou com o vice no Mundial, em Tlaxcala, e triunfou nos Jogos Pan-Americanos, em Santiago. Atualmente, lidera o ranking da FIVB (Federação Internacional de Voleibol). Um retrospecto que torna inevitáveis também perguntas sobre a condição de favoritas.

"A gente entende que tem uma responsabilidade, é inevitável. Tivemos grandes campanhas desde que nos unimos. Mas a gente procura não pensar muito nisso", disse Ana Patrícia. "A gente tenta trabalhar bem a parte psicológica, ao lado da parte física e da parte técnica, para ter a melhor performance."

Ela ouviu de Adriana Samuel –prata no vôlei de praia nos Jogos de Atlanta, em 1996, e atual gestora esportiva da empresa que patrocina Ana e Duda, a Petrobras– que o melhor jeito de confirmar o favoritismo é evitar as distrações, por mais que a vista seja bonita.

Com a medalha no peito, haverá tempo para muitas "selfies".