Rebeca decreta sua aposentadoria do individual geral

Com alívio no rosto, atleta diz que seu corpo não suporta mais a prova com os quatro aparelhos da ginástica

  • Salvar artigos

    Recurso exclusivo para assinantes

    assine ou faça login

Paris

Depois de vislumbrar o fim da carreira esportiva na terça-feira (30), quando ganhou o inédito bronze por equipes nos Jogos Olímpicos de Paris, Rebeca Andrade declarou nesta quinta (1º) que sua segunda medalha de prata no individual geral foi sua despedida da competição.

"Exige muito do meu corpo, principalmente das minhas pernas, dos meus joelhos e de tudo mais. Eu falo que o futuro a Deus pertence. Vai que, do nada, se der um tchan na minha cabeça, se meu corpo melhorar, eu mude de ideia", ponderou, para logo reiterar o desejo de dar ao "sacrifício" de enfrentar na mesma competição os quatros aparelhos da ginástica: o salto, o solo, a trave de equilíbrio e as barras assimétricas.

Uma ginasta está realizando um exercício em uma trave de equilíbrio. Ela está em uma posição de split, com uma perna estendida para o lado e a outra dobrada. A ginasta usa um traje amarelo com detalhes claros e está com os braços estendidos, um deles levantado. O fundo é claro, destacando a figura da atleta.
Rebeca Andrade durante apresentação na prova individual geral da ginástica artística - Athit Perawongmetha/Reuters

"Eu queria muito que hoje fosse uma competição especial pra mim e foi. Porque, pra mim, foi o meu último individual geral", sentenciou.

Rebeca disse estar muito feliz de ter se tornado a brasileira mais laureada da história, com um ouro, duas pratas e um bronze até aqui —a ginasta ainda disputa as finais do salto, em que é favorita, da trave e do solo. "É uma honra. Sabemos o quanto a gente incentiva crianças, adolescentes, adultos com as nossas histórias. Chegar aqui e mostrar mais uma vez que é possível, que a gente consegue, é fazer todo mundo continuar acreditando. Eu acho que o esporte é isso, mostrar que você é capaz."

Indagada sobre a possibilidade de superar até os homens da lista (Robert Scheidt, Torben Grael e Escadinha), tergiversou. "Não deve ser uma coisa para você pensar, ainda que possa acontecer. Para eu ser a maior brasileira da história etc e tal, eu preciso fazer a minha parte. Então o meu foco mesmo está ali nas minhas apresentações, no meu trabalho. Depois a gente pensa no pódio."

Rebeca ainda não pensa no pódio, mas sabe que ele pode sair do salto, sua especialidade. "Todo mundo sabe que tenho um salto novo, mas depende de como vou estar me sentindo no sábado. Pode ser que eu faça, pode ser que eu sinta que é melhor eu não fazer", declarou, com a naturalidade de uma jovem de 25 anos, mais deslumbrada com as celebridades presentes na Arena Bercy do que com a própria performance. "Nicole Kidman, Lady Gaga. E esse pessoal veio me ver."

  • Salvar artigos

    Recurso exclusivo para assinantes

    assine ou faça login

Comentários

Os comentários não representam a opinião do jornal; a responsabilidade é do autor da mensagem.