Descrição de chapéu surfe

John John bate Italo, é campeão do mundo e quebra sequência do Brasil no surfe

Havaiano retoma coroa do circuito masculino após cinco títulos seguidos da 'Brazilian Storm'

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São Paulo

O brasileiro Italo Ferreira tentou a sorte em 37 ondas em Lower Trestles, na sexta-feira (6), na cidade californiana de San Clemente, nos Estados Unidos, a caminho do segundo lugar. John John Florence pegou seis e é o novo campeão mundial de surfe.

Ou tricampeão. Vencedor em 2016 e 2017 da WSL (Liga Mundial de Surfe, na sigla em inglês), o havaiano voltou a ser a grande pedra no sapato da "Brazilian Storm", a "tempestade brasileira" que tomou conta do circuito masculino a partir de 2014 e venceu sete dos dez títulos desde então –e todos de 2018 a 2023. Os outros três são de John John.

John John Florence agora é tricampeão mundial de surfe - Thiago Diz/World Surf League

Florence chegou em vantagem ao dia da decisão de 2024, como líder do ranking. No formato atual, adotado em 2021, cinco atletas se classificam para a etapa derradeira. Italo era o quinto colocado e precisou bater o quarto, o terceiro e o segundo em sequência para ter a oportunidade de enfrentar o primeiro, em melhor de três baterias.

A primeira delas foi muito parelha, com notas questionadas pelos torcedores dos dois lados. Valem as duas melhores, e a vantagem foi do havaiano, por pouco: 15,50 (7,17 + 8,33) a 15,33 (7,33 + 8,00). Na segunda, o agora tricampeão teve a melhor onda do dia e voltou a triunfar: 18,13 (9,70 + 8,43) a 16,30 (8,17 + 8,13).

Italo esteve em muito mais ondas, claro, também porque disputou cinco baterias, contra duas de John John. Mas, só nas duas baterias da final, foram 13 ondas a 6, um bom retrato da diferença de estilos. Ferreira arrisca tudo com frequência e busca manobras arrojadas, geralmente aéreas. Florence, embora capaz de saltos, prefere misturar estilos e quase sempre termina em pé.

Italo Ferreira foi do quinto ao segundo lugar no dia final da WSL - Pat Nolan/World Surf League

No fim, triunfou aquele que é tratado como um dos surfistas mais talentosos de todos os tempos e o grande rival do maior nome da "Brazilian Storm", Gabriel Medina, outro tricampeão. Recuperado de múltiplos problemas físicos que o atrapalharam nos últimos anos, o havaiano disparou na liderança do campeonato deste ano e confirmou o favoritismo em San Clemente.

Medina –recentemente medalha de bronze nos Jogos Olímpicos de Paris– e outros brasileiros pagaram pelo início ruim de temporada e não conseguiram entrar no evento que fecha o certame, o WSL Finals. Filipe Toledo, campeão em 2022 e 2023, decidiu se afastar do circuito em 2024 por questões de saúde mental.

Na Califórnia, então, a responsabilidade de manter o Brasil no topo ficou com Italo na chave masculina e com Tatiana Weston-Webb na chave feminina.

Medalha de prata no Taiti –palco do surfe olímpico, na Polinésia Francesa–, a gaúcha também saiu do quinto lugar do ranking e teve uma jornada produtiva. Derrotou a quarta colocada, a australiana Molly Picklum, e a terceira, a costa-riquenha Brisa Henessy. Sucumbiu diante da segunda, a norte-americana Caroline Marks, que perderia a final para a compatriota Caitlin Simmers.

Entre os homens, Ferreira derrubou os australianos Ethan Ewing e Jack Robinson e o norte-americano Griffin Colapinto antes de esbarrar em John John, que esperava descansado e, para os seus padrões, empolgado. Se geralmente faz o tipo "cool", só um surfista que gosta de ondas, não de notas, ele vibrou efusivamente ao fim de cada sequência de manobras significativa.

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