Descrição de chapéu paralimpíadas

Brasil perde hegemonia ao pôr do sol na Torre Eiffel

Argentina vence semifinal do futebol de cegos, impedindo o hexa

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Paris

Um jogo de futebol entre Brasil e Argentina onde o locutor do estádio pede "Shhhh!" e a torcida atende. Só nas Paralimpíadas —no caso na semifinal do futebol de cegos— isso seria possível.

Em campo, a Argentina eliminou o Brasil nos pênaltis (4 a 3, após 0 a 0 no tempo normal) e enfrentará a França na decisão, no sábado (7), em uma reedição da final da Copa do Mundo de 2022.

"Claro que ganhar do Brasil é especial. É nosso rival. O campo molhado me favorece, porque sou bom na condução de bola", disse o argentino Merlos.

Campeã das cinco edições paralímpicas já disputadas, a seleção tem um retrospecto de 24 vitórias e 7 empates na história do torneio (a derrota nos pênaltis conta como empate na estatística oficial).

Arena de futebol de cegos aos pés da Torre Eiffel - Maja Smiejkowska/Reuters

Na partida disputada ao cair da noite (20h em Paris, 15h em Brasília), o céu roxo e alaranjado do crepúsculo, com a Torre Eiffel iluminada ao fundo, foi um espetáculo à parte, que os protagonistas principais, dentro do campo, ironicamente não tinham como apreciar. Torcedores subiam até os últimos degraus das arquibancadas da arena para tirar selfies, esquecendo momentaneamente a partida.

Outro show foi a "ola silenciosa" da torcida, que já tinha viralizado nas redes sociais em outras partidas do torneio. Os torcedores levantam-se erguendo os braços, como nos jogos de futebol convencionais, mas sem gritar.

Pontualmente às 21h, durante o segundo tempo, as luzes da torre começaram a piscar, como ocorre todas as noites de hora em hora, arrancando um "oh" de admiração do público da arena.

A partida foi equilibrada no primeiro tempo, com poucas finalizações certas: três do Brasil e uma da Argentina. No primeiro tempo, a oito minutos do fim, Jardiel ficou livre diante do goleiro, mas não acertou a bola na hora do chute. Do lado argentino, o destaque era o driblador Osvaldo Fernández.

O final da partida foi tenso, com os argentinos reclamando bastante das faltas marcadas pelo árbitro francês François Carcouet. Em uma dessas faltas, a três minutos do fim, Ricardinho teve a melhor chance do Brasil, mas o goleiro Germán Muleck salvou seu time. A 30 segundos do fim, Maximiliano Espinillo teve a chance do gol da vitória, mas o chute saiu sem direção.

Ainda mais tensa foi a disputa de pênaltis. A primeira série de cinco cobranças terminou empatada em 3 a 3. Na sexta cobrança brasileira, Ricardinho errou o chute, selando o resultado.

"Bati como costumo bater, treinamos muito", disse Ricardinho, que acertou a trave em sua cobrança.

"Vamos lutar pelo bronze, pela continuação do nosso trabalho", disse o brasileiro Nonato. O Brasil enfrentará a Colômbia pelo terceiro lugar.

"A grama molhada atrapalha as duas equipes", analisou Jeffinho. Choveu forte em Paris horas antes do jogo.

A China derrotou Marrocos por 1 a 0 e ficou com o quinto lugar do torneio paralímpico.

Brasil chega a 62 medalhas nos Jogos Paralímpicos

A delegação brasileira em Paris somou mais cinco medalhas nesta quinta-feira (5), porém não conseguiu subir no lugar mais alto do nenhuma vez.

Em um dia sem pódios no atletismo, o destaque ficou para a natação. Talisson Glock nos 100 m livre — S6, Carol Santiago nos 100 m peito — SB12 e Cecília Araújo nos 50 m livre — S8 conquistaram a prata.

Além disso, a seleção masculina de goalball masculino ganhou o bronze, assim como Rosicleide Andrade, que também conquistou a mesma medalha nas disputas até 48 kg do judô - J1.

No total, o Brasil soma 62 medalhas: 15 de ouro, 18 de prata e 29 de bronze.

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