Trinta anos em oito. Referência internacional no combate à insegurança alimentar no início dos anos 2000, o Brasil retornou ao Mapa da Fome da ONU em 2018 e, desde então, voltou a ter índices equivalentes aos dos anos 1990.
O retrocesso de três décadas, que se intensificou de 2020 para 2022 a ponto de dobrar em menos de dois anos, deixou em pior situação as famílias chefiadas por pessoas negras, por mulheres e aquelas com crianças menores de 10 anos.
Moradores da zona rural e das regiões Norte e Nordeste são proporcionalmente mais afetados, mas a miséria que leva à fome também é evidente nos centros urbanos de todo o país.
São 33 milhões de brasileiros (15% do total) desprovidos desse direito básico segundo pesquisa do ano passado da Rede Penssan (Rede Brasileira de Pesquisa em Soberania e Segurança Alimentar), e mais da metade da população com algum grau de insegurança alimentar.
Diante dessas estatísticas, a sociedade civil se mobilizou para cobrar uma reação do poder público e para desenvolver ações que ajudam a colocar comida na mesa daqueles que mais precisam.
Da agroecologia no sertão do Nordeste às hortas urbanas nas periferias das metrópoles, da criação de galinheiros na Amazônia a projetos contra o desperdício de alimentos no campo e na cidade, a Folha vai acompanhar algumas delas em uma série de produtos editoriais.
"Fome de quê? Soluções que inspiram" é a terceira Causa do Ano, um canal da Folha Social+, com estreia nesta quarta-feira (27) para dar visibilidade ao tema em todas as plataformas do jornal.
A temática da fome contará com o apoio da VR e da Rede Folha de Empreendedores Socioambientais.
"O impacto social está no DNA da VR, que foi criada em 1977 praticamente junto do Programa de Alimentação do Trabalhador", diz Sergio Suchodolski, vice-presidente da VR Investimentos e membro do conselho de administração da VR.
Para Suchodolski, iniciativas como essas jogam luz sobre projetos que priorizam o empreendedorismo de forma sustentável e inclusiva. "São histórias inspiradoras e a VR tem orgulho de estar junto com elas nessa jornada", afirma.
"Todas essas tecnologias sociais chanceladas pelo prêmio Empreendedor Social vão dar subsídios para reportagens sobre boas práticas que mostram o problema da fome, mas também apontam soluções", afirma Sérgio Dávila, diretor de Redação da Folha.
Lançada em 2011, a Rede Folha é formada por finalistas e vencedores do prêmio Empreendedor Social, uma iniciativa da Folha em parceria com a Fundação Schwab, uma das comunidades do Fórum Econômico Mundial.
A rede é composta por mais de 150 lideranças de 130 iniciativas que se destacam no enfrentamento dos grandes desafios socioambientais do país.
Entre os integrantes, destacam-se no enfrentamento à insegurança alimentar ONGs e negócios de impacto, como Banco de Alimentos, Gastromotiva, Amigos do Bem, Cren (Centro de Recuperação e Educação Nutricional), Gastronomia Periférica e Quintais Agroecológicos.
O prêmio destacou também o trabalho de combate à fome durante a pandemia de Ação da Cidadania, Cufa (Central Única das Favelas), Gerando Falcões e Faça um Bem Incrível.
A causa 'Fome de quê? Soluções que inspiram' conta com o apoio da VR e da Rede Folha de Empreendedores Socioambientais.
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