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Imagem extraída do filme publicitário "Hitler", concebido pela agência W/Brasil para o jornal


Hitler,
o ratinho
e o leões



Campanhas publicitárias da Folha firmaram slogans e imagens de impacto popular


CÉLIA CHAIM
DA REPORTAGEM LOCAL

Quem viu não esquece. Um pequeno ponto preto aparecia na tela da TV; em alguns segundos, centenas de outros pontos formavam um retrato em branco e preto. Era Hitler, o ditador nazista alemão. A voz falava de suas proezas: "Este homem pegou uma nação destruída, recuperou sua economia e devolveu o orgulho a seu povo...".

A Folha é o jornal brasileiro com o maior número de prêmios do festival de publicidade de Cannes


O comercial, de forte conteúdo político, terminava assim: "É possível contar um monte de mentiras dizendo só a verdade. Por isso é preciso tomar muito cuidado com a informação no jornal que você recebe. Folha de S.Paulo, o jornal que mais se compra e o que nunca se vende".

Era o final de 1987 e o início de uma das mais duradouras e premiadas parcerias entre cliente _a Folha_ e agência, a W/Brasil, a terceira maior agência de propaganda do país. O filme "Hitler" ganhou inúmeros prêmios de propaganda em 1988, inclusive o Leão de Ouro no Festival de Cannes, o mais importante de todos. É um dos dois únicos comerciais brasileiros e ibero-americanos na lista dos cem melhores de todos os tempos, publicada em 2000 por Berneci Kanner.

A ousadia que levou o jornal à liderança encontrou seu complemento na imaginação e criatividade da agência. O casamento deu certo e hoje a Folha é o jornal brasileiro que coleciona o maior número de leões (dois de ouro, um de prata e um de bronze), ao lado do "The Independent", de Londres. O acervo de prêmios, no exterior e no Brasil, preenche seis folhas de papel. É também o jornal que, em 2000, a International Newspaper Marketing Association (Nima), que acompanha a estratégia dos jornais anualmente, elegeu como protagonista do melhor "case" de comunicação do mundo no setor de jornais nas duas últimas décadas.

São campanhas memoráveis: o ratinho dos classificados, que se transformou num dos personagens mais populares da propaganda na TV; as duas freiras que suspiram ao pronunciar as palavras "São Paulo" e "Santos", referindo-se, em seguida, aos times de futebol; o funcionário que se demite por causa da incompetência do patrão e vai comprar o jornal para encontrar um outro patrão (leão de bronze em Cannes); a campanha do alarme, que mostrava manchetes corajosas do jornal ("Bomba do terror causa morte no Rio", "300 mil nas ruas pelas diretas", "Governo favorece grupo Delfim") ao mesmo tempo em que soava a sirene e aparecia o slogan "este país tem um alarme/ Folha de S.Paulo".

Em maio de 1991, Washington Olivetto, sócio e redator da agência, conta que escreveu outro "leão de ouro" na Redação, ao lado de Luís Francisco Carvalho Filho, advogado da empresa. Era a campanha "Collor antes e depois", que mostrava imagens do então presidente e frases inesquecíveis de seu delírio, como "Eu sou contra calote, incluída a poupança".

Bem antes de Collor, em meados dos anos 80, a comunicação da Folha, na época com a Jarbas Publicidade, criou um bordão que entrou para a história da propaganda: "De rabo preso com o leitor". Surgiu numa conversa entre Luís Frias, hoje presidente da Empresa Folha da Manhã, e Jarbas de Souza, o dono da agência.

"Jarbas, encontra uma maneira de dizer que a Folha não tem rabo preso com ninguém", disse Luís Frias. Em casa, tomando banho, Jarbas descobriu que o slogan estava criado. "Foi o bordão de maior recall na propaganda", diz Antônio Manuel Teixeira Mendes, diretor-superintende da Folha. "Até hoje os leitores ainda se lembram."

A DM9 também trabalhou por um longo período com o jornal, cuidando do marketing publicitário, ou seja, falando diretamente com o anunciante. Essa tarefa, assim como o marketing de circulação, que envolve produtos agregados ao jornal, como CDs e enciclopédias, esteve até o final do ano passado com a agência Registrada, que pertence à holding Praxis, que também controla a W/Brasil. A partir de 2001, a agência Lew Lara assumiu essa parte da conta publicitária da Folha.

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