Tudo sobre a Folha
80 anos
Folha de S.Paulo
Página inicial
Tempos cruciais
24 horas de ação
Eu e a Folha
O choque editorial
Gosto e não gosto
A renovação cultural
Por dentro dos cadernos
Quem é o leitor
O outro lado
Marcos do jornalismo
Cronologia
Campanhas publicitárias
O Grupo Folha
O futuro

Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

Gosto e não gosto na Folha

Personalidades falam de suas preferências e divergências em relação ao jornal

Mario Covas | Márcio Thomaz Bastos
D. Luciano Mendes de Almeida | Sergio Bianchi | Marta Suplicy
José Mindlin | Celso Lafer | Renato Mezan | Pelé | Gabriel Cohn
Augusto de Campos | Luiz Inácio Lula da Silva | Antunes Filho
Washington Olivetto | Modesto Carone | Edemar Cid Ferreira
Cacá Diegues | Lobão | Orestes Quércia
Leyla Perrone-Moisés | Paulo Maluf | Gerald Thomas

Mário Covas, governador licenciado de São Paulo (PSDB)
"O que mais gosto na Folha é o jornalismo independente. O que menos gosto na Folha é o fato de agir como um partido político, ditando rumos para o país."





Márcio Thomaz Bastos, advogado
"A Folha é o jornal que leio primeiro e por inteiro, dos quatro que recebo diariamente. Na maior parte das questões, o jornal e eu estamos do mesmo lado; em alguns momentos (campanha das Diretas-Já, impeachment de Collor etc.) esta identidade foi total. Acostumei-me tanto a essa concordância que me parece estranho quando tenho uma opinião e a Folha outra."

D. Luciano Mendes de Almeida, arcebispo de Mariana (MG) e ex-presidente da CNBB (Conferência Nacional dos Bispos do Brasil)
"Entre os pontos que mais aprecio na Folha, cito a adequada distribuição das matérias em cadernos e seções, que facilitam localizar, com rapidez, os assuntos. Lembro ainda a seção de debates, apresentando posições diferentes e às vezes contrárias, que suscitam a reflexão e o discernimento do leitor. A Folha, mesmo respeitando a liberdade de expressão, precisa manter a constância do nível ético nas respostas e conselhos, especialmente aos jovens."

Sergio Bianchi, cineasta, diretor de "Cronicamente Inviável"
"Leio os dois jornais, "Estadão" e Folha, todos os dias. Na Folha, gosto do Simão, das colunas da página 2 e da parte cultural, que acho bastante diversificada. Não gosto, na Folha, do que acho que é uma espécie de modernidade meio boba. Também não gosto da coluna do Jabor e não leio o caderno Mais!, que acho pesado, carregado."

Marta Suplicy, prefeita de São Paulo (PT)
"Gosto, na Folha, das colunas de opinião, especialmente Clóvis Rossi, Eliane Cantanhêde e Carlos Heitor Cony. Gosto do Janio de Freitas e do Elio Gaspari e adoro José Simão. Não gosto da tentativa permanente de provar a sua imparcialidade, mesmo que isso signifique distorcer algumas situações, principalmente nas manchetes."



José Mindlin, bibliófilo e empresário
"Acompanho a trajetória da Folha praticamente desde os anos 30 _e sempre tive bons amigos no jornal. Bem sei que não foi um percurso tranquilo. A Folha, ao comemorar 80 anos, faz parte de nossa história."

Celso Lafer, ministro das Relações Exteriores
"Gosto da vivacidade da cobertura da Folha, e gosto de ler as colunas dos articulistas que saem na Ilustrada. Às vezes, sinto falta de uma cobertura mais aprofundada e mais detalhada na reportagem comum e em algumas matérias de interesse."

Renato Mezan, psicanalista, professor titular da PUC-SP (Pontifícia Universidade Católica de São Paulo) e autor de "Freud - Pensador da Cultura"
"Gosto da independência, da seriedade do jornal, e creio que a Folha, em geral, apóia as causas certas, ou pelo menos as que eu considero assim. Não gosto de uma certa estridência, de seus exageros, estampados em manchetes que dizem: mercado despenca, dólar explode, chuchu estoura. Há um certo tom sensacionalista que frequentemente o jornal adota para notícias que poderiam ser dadas com menos pânico. E frequentemente não gosto da cobertura cultural da Ilustrada, que considero pouco técnica e muito ‘achista’."

Pelé, jogador de futebol
"Sempre admirei a Folha, onde tive a oportunidade de almoçar, certa vez (ainda como jogador do Santos FC), com os sócios sr. Frias e sr. Caldeira (já falecido), o último, santista, era filho de Urbano Caldeira, que deu o nome ao estádio, cujo terreno até hoje pertence à familiar dele, pois o Santos FC tem apenas o comodato. Só tenho elogios, pois foi um jornal que sempre se preocupou com a verdade dos fatos, elogiando ou criticando na medida certa, especialmente ao longo de minha carreira de jogador de futebol. Desejo muitos anos de vida ao jornal, aos seu diretores e funcionários como também aos seus milhares de leitores."

Gabriel Cohn, professor de ciência política da USP
"Há duas coisas que me agradam na Folha: a boa qualidade dos seus articulistas e colunistas e a abertura para o debate. As coisas que me desagradam na Folha também são duas: a tendência a reduzir o noticiário a uma coleção de fofocas e a maneira perversa como o jornal estimula o estrelismo entre os profissionais."

Augusto de Campos, poeta e tradutor
"O que mais me agrada na Folha é que ela admite o contraditório, pontos de vista diferentes, prática que outros jornais importantes, mas menos democráticos, quando adotam, o fazem com relutância e de forma incorreta ou insatisfatória, não aceitando ser contestados. O que menos me agrada é certa crítica ligeira de produtos culturais que busca afirmar-se maltratando artistas consumados ou que se iniciam. Este, porém, é um mal do jornalismo brasileiro em geral, que prefere o sensacionalismo à sensibilidade."

Luiz Inácio Lula da Silva, presidente de honra do PT
"Entre os jornais que leio diariamente está a Folha. Gosto de vários dos colunistas e da seção ‘Tendências/Debates’. Não gosto do caderno Esporte, que considero fraco. Grande parte das reportagens também deixam a desejar. E sou totalmente contra a editorialização de reportagens, o que algumas vezes ocorre."

Antunes Filho, diretor de teatro
"Apesar dos 80 anos no lombo, a Folha continua jovem, moleque, provocadora e atrevida. A favor ou contra, obriga-nos a remover e a reavaliar a nossa posição cultural _e isso é absolutamente fundamental, seja qual for o processo."

Washington Olivetto, publicitário, presidente da W/Brasil
"Tenho menos isenção para falar da Folha do que a própria Folha. A W/Brasil é a agência do jornal desde 1987. Orgulho-me desse trabalho, eleito no ano passado, em Nova Orleans, nos EUA, na reunião do Inma (International Newspapers Marketing Association), como o melhor 'case' de comunicação publicitária de um jornal em todo o mundo nas duas últimas décadas. Gosto da Folha quando ela investiga. Não gosto da Folha quando, na obsessão de noticiar o inédito, acaba noticiando o irrelevante."

Modesto Carone, escritor e tradutor
"A Folha tem cumprido o seu papel jornalístico de informar e opinar em vários níveis e de ângulos às vezes conflitantes, mas que servem de veículo à discussão de temas importantes. Não é sempre que eu, colaborador há anos do Mais!, do Jornal de Resenhas e da Ilustrada, concordo com as opiniões ou com o formato das informações, mas a verdade é que não deixo de ver a Folha todas as manhãs".

Edemar Cid Ferreira, banqueiro e presidente da Associação Brasil +500
"A Folha tem, entre seus muitos méritos, o fato de nunca deixar de ser instigante e provocativa. Destaco, nesse sentido, os seus editoriais e os textos da maioria de seus articulistas. Sinto, porém, falta de maior ênfase nas informações sobre novas tecnologias e desenvolvimento científico em geral."

Cacá Diegues, cineasta, diretor de "Bye Bye Brasil"
"A principal qualidade da Folha é a ausência de tabu. Não existe assunto intocável nem idéia impensável. O ruim da Folha é achar que o bom jornalismo é só o do contra e o da má notícia. O denuncismo é a doença infantil da imprensa democrática."




Lobão, músico
"Gosto da Folha porque ela sempre tem um contraponto em relação às notícias dos outros jornais. Tem um ponto de vista muito próprio, personalidade. O problema é que, às vezes, tem personalidade demais."

Orestes Quércia, ex-governador de São Paulo
"Gosto da Folha, leio todos os dias e até sinto falta quando não posso ler. É dinâmica, procura sempre se atualizar. Pessoalmente, tenho queixas, pelo fato de eu ser um político. Quando fui governador de São Paulo, a Folha publicou coisas que acho que foram um exagero... Mesmo como leitor comum, tenho restrições quanto à cobertura política. Mas esse não é um problema só da Folha. Outros jornais também exageram: fazem, às vezes, uma campanha contra uma determinada pessoa. Acho que a direção do jornal, às vezes, deixa que um jornalista faça uma campanha contra uma determinada pessoa. Mas apesar de tudo isso, acho que essa é a lei da vida."

Leyla Perrone-Moisés, crítica literária
O que gosto é o fato de ser um jornal com opiniões plurais e também com uma certa agilidade de informação. Mas há pouca informação internacional, e ela geralmente é centrada em fatos espetaculares. Não há informações mais detalhadas, muito menos de reflexão. Por isso gosto do Jornal de Resenhas e do Mais!. E por isso não gosto da Ilustrada. Parece-me muito ligeira. Ou seja, dá espaço muito pequeno para livros, exposições, concertos e teatro. Ressalto que não sou contra o jornal dedicar espaço a outros assuntos, mas há uma hipertrofia dos temas rock e moda, com prejuízo de outras manifestações culturais, seja da cultura mais elevada, seja da cultura de massa."

Paulo Maluf, ex-prefeito e ex-governador de São Paulo
"O sucesso da Folha é a comprovação de que querer é poder. De um jornal sem credibilidade e com situação financeira discutível no início da década de 60, Octavio Frias de Oliveira e Carlos Caldeira Filho começaram a construir dia após dia, tijolo em cima de tijolo, um jornal imparcial que dá orgulho à imprensa brasileira."

Gerald Thomas, diretor de teatro
"O melhor na Folha é o fato de que ela cria tendências, não espera o fato cultural acontecer. O que eu não gosto é o fato de que essas tendências estão cada vez mais medíocres, fracas e comerciais, por uma resolução editorial. Mas ainda é o melhor jornal do país. Particularmente, acho que está entre os melhores jornais do mundo. Percebo que tem um respeito pela notícia, pelo entrevistado, um ‘Manual da Redação’ genial e uma infra-estrutura muito boa, sobretudo no que diz respeito a uma preocupação em educar as pessoas que ali trabalham."

Folha de S.Paulo | Folha Online | Projetos especiais | Assine a Folha

Copyright Folha Online. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página
em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folha Online.