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EUA vivem "contagem regressiva" para anúncio de vices
BRUNO GARCEZ
da BBC, em Washington
As especulações sobre a divulgação dos nomes dos candidatos a vice-presidente nas chapas republicana e democrata nos Estados Unidos ganharam fôlego nas últimas horas. Entre os democratas, o jornal "New York Times" afirma que o anúncio do vice na chapa comandada pelo senador Barack Obama poderia se dar ainda nesta quarta-feira.
Outros relatos dão conta que a divulgação se dará, no máximo, até sábado, data em que a campanha de Obama alugou as escadarias do antigo Capitólio de Springfield, Illinois, para fazer um anúncio, cujo conteúdo não foi revelado. O local foi o mesmo em que Obama anunciou a sua candidatura à Presidência.
A imprensa americana afirma que entre os nomes mais cotados para compor a chapa com Obama estariam o senador por Indiana, Evan Bayh, o governador de Virgínia, Tim Kaine, e o senador por Delaware, Joseph Biden Jr. Mas alguns democratas ainda especulam que ele poderia escolher a senadora e ex-rival na disputa das primárias, Hillary Clinton.
McCain
O site noticioso Politico relatou que o companheiro de chapa do republicano John McCain deverá ser anunciado no dia 29, dia seguinte ao encerramento da convenção democrata de Denver, em um comício que McCain realizará em Ohio. Entre os favoritos para ser o número dois republicano, estão o ex-governador de Massachusetts e ex-rival de McCain na disputa das primárias, Mitt Romney, e o governador de Minnesota, Tim Pawlenty.
Correndo por fora estariam o ex-governador da Pensilvânia e ex-secretário de Segurança Nacional, Tom Ridge, e o senador Joseph Lieberman, que ainda pertence ao Partido Democrata, mas vem fazendo campanha por McCain e rompeu com seu partido, devido à oposição democrata à guerra do Iraque.
Prós e contras republicanos
Apesar de ter perdido a disputa, Mitt Romney conseguiu angariar bastante dinheiro e se firmou como uma opção mais à direita do Partido Republicano, o que contrastaria com o perfil de centro de McCain. O que pesa contra é o fato que a postura ''direitista'' de Romney pareceu mais uma jogada eleitoreira, já que ele foi um governador pragmático e com políticas de centro-esquerda.
Pawlenty, ao contrário de Romney, deixa poucas dúvidas quanto à sua postura mais à direita. E é um governador popular. Mas é também um político dotado de pouco carisma.
Por ser egresso do Partido Democrata, tendo até concorrido a vice na chapa comandada por Al Gore, Lieberman é visto com desconfiança por alguns republicanos. E o seu perfil de democrata de direita acabaria por ''equivaler'' ao de republicano de centro-esquerda de McCain.
Apesar de ter um histórico favorável em termos de segurança nacional, Tom Ridge também poderia vir a alienar a base tradicional republicana, uma vez que é a favor do direito de aborto, um tema-tabu dentro do partido.
Prós e contras democratas
Do lado democrata, o senador Evan Bayh é apontado como uma escolha segura. Ele foi um popular governador por Indiana, Estado que tende a votar em candidatos republicanos.
Além disso, foi correligionário de Hillary Clinton durante as primárias, o que contribuiria para atrair potenciais eleitores da senadora, ainda ressentidos com a disputa entre ela e Obama. De contra, há o fato de ele não ser uma celebridade nacional e não ser um político dotado de imenso carisma.
O senador Joseph Biden Jr. está sendo bem cotado, devido à sua experiência em política internacional e por ser um veterano de Washington, o que contrastaria com o histórico de Obama, que ainda está em seu primeiro mandato como senador.
Biden, que atualmente preside o Comitê do Senado de Relações Exteriores, está em seu sexto mandato. É justamente essa experiência que pode limitar suas chances de se sagrar como o candidato a vice. Obama venceu a disputa das primárias ao se sagrar como o candidato da mudança, distante das velhas práticas de Washington e do estilo tradicional de se fazer política.
Biden, por sua vez, poderia facilmente ser vendido pela oposição republicana como o retrato de tudo aquilo do qual Obama procura se distanciar.
Outro ponto contra a sua presença na chapa é o fato de que ele vem de um Estado pequeno, Delaware, que já normalmente vota nos democratas e que tem pouca projeção no cenário nacional e, portanto, escasso potencial de atrair novos eleitores.
Hillary
Entre os que defendem que Obama componha chapa com Hillary Clinton, o argumento é que ela ajudaria a dissipar a resistência ao senador por parte de eleitores brancos e da classe trabalhadora, que votaram em peso na senadora durante as primárias.
Ao escolhê-la como vice, os democratas também colocariam de lado as impressões de que o partido ainda permanece dividido e esvaziariam um protesto que está previsto para o segundo dia das convenção democrata, em Denver, por parte de correligionárias de Hillary que pretendem se manifestar contra o processo que resultou na escolha de Obama.
Os argumentos contra a presença dela na chapa têm sido repetidos à exaustão, desde que ela perdeu a disputa para Obama. Uma chapa com a senadora traria de volta à Casa Branca Bill Clinton e poderia resultar em uma ''Presidência tríplice'', argumentam os críticos, na qual o ex-presidente procuraria fazer valer a sua voz.
Além disso, os Clinton ainda contam com uma forte rejeição entre os republicanos e pairam uma série de suspeitas e escândalos envolvendo o casal em diferentes frentes.
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