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24/04/2007
-
20h04
da Folha Online
A Polícia Federal deflagrou no último dia 13 a Operação Hurricane (furacão) contra uma suposta quadrilha especializada na compra de sentenças para beneficiar a máfia do jogo --bicho, casas de bingo, máquinas caça-níqueis, entre outros.
A megaoperação da Polícia Federal --que resultou na prisão de 25 pessoas-- atingiu magistrados, bicheiros, policiais, empresários, advogados e organizadores do Carnaval do Rio. Eles são acusados de praticar os crimes de tráfico de influência, corrupção passiva e ativa, formação de quadrilha e lavagem de dinheiro.
Entre os primeiros presos estavam o ex-vice-presidente do TRF (Tribunal Regional Federal) da 2ª Região, desembargador federal José Eduardo Carreira Alvim; o desembargador federal José Ricardo de Siqueira Regueira, também do TRF da 2ª Região; o juiz Ernesto da Luz Pinto Dória, do TRT (Tribunal Regional do Trabalho) da 15ª Região, e o procurador regional da República do Rio João Sérgio Leal Pereira. Eles foram soltos por determinação do ministro do STF (Supremo Tribunal Federal) Cesar Peluso.
A PGR (Procuradoria Geral da República) também ofereceu denúncia contra o ministro Paulo Medina, do STJ (Superior Tribunal de Justiça). A Polícia Federal coloca Medina no centro do esquema de comercialização de sentenças a favor de bingueiros e bicheiros.
Medina, segundo a PF e a Procuradoria, pode ter negociado por R$ 1 milhão, por meio de seu irmão Virgílio (que permanece preso), uma liminar concedida por ele em 2006 (e depois cassada pelo STF).
Com essa liminar, foram liberadas 900 máquinas caça-níqueis que haviam sido apreendidas em Niterói (RJ). Agora, Medina e os outros quatro com foro privilegiado deverão apresentar suas defesas ao STF.
Os 21 restantes tiveram a prisão preventiva decretada. Entre eles está um grupo de suspeitos ligados à cúpula do Carnaval do Rio: o presidente da Liesa (Liga Independente das Escolas de Samba do Rio de Janeiro), Ailton Guimarães Jorge, chamado de capitão Guimarães; um sobrinho dele, identificado como Júlio Guimarães; o presidente do conselho da Liesa e presidente de honra da Beija-Flor de Nilópolis, Aniz Abraão David; além do bicheiro Antonio Petrus Kalil, o Turcão, de Niterói.
Foram também presos o titular da Delegacia da PF em Niterói, Carlos Pereira da Silva, a delegada federal Susie Pinheiro Dias de Mattos, corregedora-geral da Agência Nacional de Petróleo (ANP), e o delegado federal aposentado Luiz Paulo Dias de Mattos --que tem os mesmos sobrenomes e endereço de Susie. A PF deteve ainda o advogado Virgílio de Oliveira Medina, irmão do ministro do STJ.
Apreensões
Durante a operação, a PF apreendeu veículos, jóias, armas, relógios e uma embarcação. Entre as curiosidades está a lancha batizada de 'Bandida' pertencente ao advogado Evandro da Fonseca. O advogado Jaime Garcia tinha autorização para usar a embarcação de 41 pés. Os dois foram presos com mais 23 pessoas pela PF.
Também foram encontradas 523 peças de jóias, entre pulseiras, brincos, anéis e colares, além de 160 relógios das marcas Mont Blanc, Bulova, Rolex, Tag Heuer, Suunto e Omega.
Entre os 51 veículos apreendidos havia modelos das marcas Mercedes, Audi, Pontiac, além de motos Harley Davidson.
A PF apreendeu ainda 14 pistolas de calibres diversos, além de outras de calibres restritos --.40 e .45, por exemplo. Foram encontradas ainda na casa dos presos cinco revólveres, além de 829 munições e três coletes balísticos.
Repercussão
O CNJ (Conselho Nacional de Justiça) deve decidir no dia 15 de maio se vai abrir um processo disciplinar contra os magistrados acusados de ligação com a máfia dos jogos. A estimativa foi feita pelo conselheiro Vantuil Abdala, que preside a sindicância aberta no CNJ para investigar as denúncias de envolvimento de magistrados com a máfia dos jogos.
Dependendo do resultado do processo disciplinar, o CNJ pode decidir afastar temporariamente ou definitivamente (em processo administrativo) os magistrados acusados de ligação com a máfia especializada na compra de sentenças para favorecer o funcionamento de casas de bingo e máquinas caça-níqueis.
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A Polícia Federal deflagrou no último dia 13 a Operação Hurricane (furacão) contra uma suposta quadrilha especializada na compra de sentenças para beneficiar a máfia do jogo --bicho, casas de bingo, máquinas caça-níqueis, entre outros.
A megaoperação da Polícia Federal --que resultou na prisão de 25 pessoas-- atingiu magistrados, bicheiros, policiais, empresários, advogados e organizadores do Carnaval do Rio. Eles são acusados de praticar os crimes de tráfico de influência, corrupção passiva e ativa, formação de quadrilha e lavagem de dinheiro.
Entre os primeiros presos estavam o ex-vice-presidente do TRF (Tribunal Regional Federal) da 2ª Região, desembargador federal José Eduardo Carreira Alvim; o desembargador federal José Ricardo de Siqueira Regueira, também do TRF da 2ª Região; o juiz Ernesto da Luz Pinto Dória, do TRT (Tribunal Regional do Trabalho) da 15ª Região, e o procurador regional da República do Rio João Sérgio Leal Pereira. Eles foram soltos por determinação do ministro do STF (Supremo Tribunal Federal) Cesar Peluso.
A PGR (Procuradoria Geral da República) também ofereceu denúncia contra o ministro Paulo Medina, do STJ (Superior Tribunal de Justiça). A Polícia Federal coloca Medina no centro do esquema de comercialização de sentenças a favor de bingueiros e bicheiros.
Medina, segundo a PF e a Procuradoria, pode ter negociado por R$ 1 milhão, por meio de seu irmão Virgílio (que permanece preso), uma liminar concedida por ele em 2006 (e depois cassada pelo STF).
Com essa liminar, foram liberadas 900 máquinas caça-níqueis que haviam sido apreendidas em Niterói (RJ). Agora, Medina e os outros quatro com foro privilegiado deverão apresentar suas defesas ao STF.
Os 21 restantes tiveram a prisão preventiva decretada. Entre eles está um grupo de suspeitos ligados à cúpula do Carnaval do Rio: o presidente da Liesa (Liga Independente das Escolas de Samba do Rio de Janeiro), Ailton Guimarães Jorge, chamado de capitão Guimarães; um sobrinho dele, identificado como Júlio Guimarães; o presidente do conselho da Liesa e presidente de honra da Beija-Flor de Nilópolis, Aniz Abraão David; além do bicheiro Antonio Petrus Kalil, o Turcão, de Niterói.
Foram também presos o titular da Delegacia da PF em Niterói, Carlos Pereira da Silva, a delegada federal Susie Pinheiro Dias de Mattos, corregedora-geral da Agência Nacional de Petróleo (ANP), e o delegado federal aposentado Luiz Paulo Dias de Mattos --que tem os mesmos sobrenomes e endereço de Susie. A PF deteve ainda o advogado Virgílio de Oliveira Medina, irmão do ministro do STJ.
Apreensões
Durante a operação, a PF apreendeu veículos, jóias, armas, relógios e uma embarcação. Entre as curiosidades está a lancha batizada de 'Bandida' pertencente ao advogado Evandro da Fonseca. O advogado Jaime Garcia tinha autorização para usar a embarcação de 41 pés. Os dois foram presos com mais 23 pessoas pela PF.
Também foram encontradas 523 peças de jóias, entre pulseiras, brincos, anéis e colares, além de 160 relógios das marcas Mont Blanc, Bulova, Rolex, Tag Heuer, Suunto e Omega.
Entre os 51 veículos apreendidos havia modelos das marcas Mercedes, Audi, Pontiac, além de motos Harley Davidson.
A PF apreendeu ainda 14 pistolas de calibres diversos, além de outras de calibres restritos --.40 e .45, por exemplo. Foram encontradas ainda na casa dos presos cinco revólveres, além de 829 munições e três coletes balísticos.
Repercussão
O CNJ (Conselho Nacional de Justiça) deve decidir no dia 15 de maio se vai abrir um processo disciplinar contra os magistrados acusados de ligação com a máfia dos jogos. A estimativa foi feita pelo conselheiro Vantuil Abdala, que preside a sindicância aberta no CNJ para investigar as denúncias de envolvimento de magistrados com a máfia dos jogos.
Dependendo do resultado do processo disciplinar, o CNJ pode decidir afastar temporariamente ou definitivamente (em processo administrativo) os magistrados acusados de ligação com a máfia especializada na compra de sentenças para favorecer o funcionamento de casas de bingo e máquinas caça-níqueis.
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