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17/03/2006
-
08h55
da Folha Online
A libanesa Rana Abdel Rahim Koleilat, 39, vai permanecer presa em São Paulo, conforme decisões da Justiça. Ela responde a processo no Líbano pela suposta participação em uma fraude bancária de US$ 1,2 bilhão. Há suspeitas de que o dinheiro tenha financiado o atentado que matou o ex-primeiro-ministro libanês Rafic Hariri, em fevereiro do ano passado.
Rana foi encontrada no último domingo (12), em um flat na zona norte de São Paulo. Foi presa por crime de corrupção ativa por policiais civis --teria oferecido US$ 200 mil a eles para não ser detida.
Na quinta-feira (16), a juíza Luciana Leal Junqueira Vieira, do Dipo (Departamento de Inquéritos Policiais) negou o relaxamento de flagrante e pedido de liberdade provisória formulados pela defesa da libanesa em razão do crime de corrupção.
Em seu despacho a juíza faz menção ao fato da acusada não possuir residência ou emprego fixo no país. "Não há garantias de que, uma vez em liberdade, ela não sairá do território nacional, inviabilizando sua citação, frustrando o desenrolar do processo penal e prejudicando futura aplicação da pena", diz a juíza em sua decisão, de acordo com o TJ (Tribunal de Justiça) de São Paulo.
Na última quarta, após analisar pedido do governo libanês, o STF (Supremo Tribunal Federal) decretou a prisão preventiva de Rana.
A prisão preventiva é o primeiro passo para a extradição da libanesa, segundo o Itamaraty. O governo libanês tem 60 dias para fazer oficialmente o pedido de extradição, período em que vale a prisão preventiva.
Prisão
Rana foi localizada por meio de informações passadas por um denunciante anônimo que, segundo a polícia, falava com forte sotaque. Nas ligações, ele deu detalhes sobre o paradeiro da libanesa.
Além da denúncia anônima, a polícia tinha um comunicado da Interpol e outro do consulado do Líbano. Os documentos pediam apenas a localização da libanesa. Porém, a polícia afirma que a prisão ocorreu por causa da tentativa de suborno.
Segundo a advogado da libanesa, Victor Mauad, a prisão aconteceu por um mal-entendido, já que sua cliente não fala português e não poderia oferecer dinheiro aos policiais.
Suspeita
Golpes supostamente aplicados pela libanesa no sistema bancário de seu país de origem poderiam ter financiado o atentado que causou a morte de Hariri, ocorrida em fevereiro do ano passado, conforme informado à polícia brasileira pelo Consulado do Líbano em São Paulo.
"Uma comissão do Conselho de Segurança [da ONU] quer ouvi-la para saber se o dinheiro das fraudes ajudou a financiar o atentado", disse na segunda (13) o delegado Murilo Fonseca Roque, da SIG (Setor de Investigações Gerais), da 7ª Delegacia Seccional.
O Cônsul-Geral do Líbano em São Paulo, Joseph Sayah, disse à polícia que Rana trabalhava no Bank al-Madinah e, com outras sete pessoas, desviou o dinheiro para financiar o atentado a bomba que, em fevereiro de 2005, matou Rafik Hariri. A economista chegou a ficar presa por 14 meses acusada pelo golpe. Foi solta, mas deveria permanecer no Líbano.
O cônsul Sayah disse ainda existir uma resolução do Conselho de Segurança das Nações Unidas, de abril de 2005, alertando sobre a importância da prisão de Rana para as investigações sobre o atentado contra Hariri.
Passaporte
No momento da prisão, a economista portava um passaporte da Irlanda do Norte em nome de Rana Klailat. Levantamento preliminar junto às autoridades britânicas no Brasil e no Líbano apontou que o documento é falso.
Sobre o passaporte, o advogado Victor Mauad afirmou que a economista garantiu que o documento é original e foi obtido porque ela tem dupla cidadania --libanesa e inglesa.
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A libanesa Rana Abdel Rahim Koleilat, 39, vai permanecer presa em São Paulo, conforme decisões da Justiça. Ela responde a processo no Líbano pela suposta participação em uma fraude bancária de US$ 1,2 bilhão. Há suspeitas de que o dinheiro tenha financiado o atentado que matou o ex-primeiro-ministro libanês Rafic Hariri, em fevereiro do ano passado.
Rana foi encontrada no último domingo (12), em um flat na zona norte de São Paulo. Foi presa por crime de corrupção ativa por policiais civis --teria oferecido US$ 200 mil a eles para não ser detida.
Na quinta-feira (16), a juíza Luciana Leal Junqueira Vieira, do Dipo (Departamento de Inquéritos Policiais) negou o relaxamento de flagrante e pedido de liberdade provisória formulados pela defesa da libanesa em razão do crime de corrupção.
Em seu despacho a juíza faz menção ao fato da acusada não possuir residência ou emprego fixo no país. "Não há garantias de que, uma vez em liberdade, ela não sairá do território nacional, inviabilizando sua citação, frustrando o desenrolar do processo penal e prejudicando futura aplicação da pena", diz a juíza em sua decisão, de acordo com o TJ (Tribunal de Justiça) de São Paulo.
Reprodução |
Reprodução do passaporte apresentado pela libanesa à polícia de São Paulo |
A prisão preventiva é o primeiro passo para a extradição da libanesa, segundo o Itamaraty. O governo libanês tem 60 dias para fazer oficialmente o pedido de extradição, período em que vale a prisão preventiva.
Prisão
Rana foi localizada por meio de informações passadas por um denunciante anônimo que, segundo a polícia, falava com forte sotaque. Nas ligações, ele deu detalhes sobre o paradeiro da libanesa.
Além da denúncia anônima, a polícia tinha um comunicado da Interpol e outro do consulado do Líbano. Os documentos pediam apenas a localização da libanesa. Porém, a polícia afirma que a prisão ocorreu por causa da tentativa de suborno.
Segundo a advogado da libanesa, Victor Mauad, a prisão aconteceu por um mal-entendido, já que sua cliente não fala português e não poderia oferecer dinheiro aos policiais.
Suspeita
Golpes supostamente aplicados pela libanesa no sistema bancário de seu país de origem poderiam ter financiado o atentado que causou a morte de Hariri, ocorrida em fevereiro do ano passado, conforme informado à polícia brasileira pelo Consulado do Líbano em São Paulo.
"Uma comissão do Conselho de Segurança [da ONU] quer ouvi-la para saber se o dinheiro das fraudes ajudou a financiar o atentado", disse na segunda (13) o delegado Murilo Fonseca Roque, da SIG (Setor de Investigações Gerais), da 7ª Delegacia Seccional.
O Cônsul-Geral do Líbano em São Paulo, Joseph Sayah, disse à polícia que Rana trabalhava no Bank al-Madinah e, com outras sete pessoas, desviou o dinheiro para financiar o atentado a bomba que, em fevereiro de 2005, matou Rafik Hariri. A economista chegou a ficar presa por 14 meses acusada pelo golpe. Foi solta, mas deveria permanecer no Líbano.
O cônsul Sayah disse ainda existir uma resolução do Conselho de Segurança das Nações Unidas, de abril de 2005, alertando sobre a importância da prisão de Rana para as investigações sobre o atentado contra Hariri.
Passaporte
No momento da prisão, a economista portava um passaporte da Irlanda do Norte em nome de Rana Klailat. Levantamento preliminar junto às autoridades britânicas no Brasil e no Líbano apontou que o documento é falso.
Sobre o passaporte, o advogado Victor Mauad afirmou que a economista garantiu que o documento é original e foi obtido porque ela tem dupla cidadania --libanesa e inglesa.
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