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20/07/2006 - 16h53

Daniel, emocionado, é retirado do plenário após leitura de cartas de amor

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TATHIANA BARBAR
GABRIELA MANZINI
da Folha Online

Daniel Cravinhos, 25, teve que ser retirado nesta quinta-feira do plenário do 1 Tribunal do Júri de São Paulo, onde acontece o júri do caso Richthofen, durante a leitura das cartas de amor que Suzane von Richthofen, 22, escrevia para ele na época em que os dois namoravam. Em contrapartida, os apelidos, a intimidade e as promessas de amor de Suzane para Daniel arrancaram risos da platéia.

Suzane, Daniel e o irmão dele, Cristian, são réus no processo que os acusa de ter planejado e matado os pais dela, Manfred e Marísia von Richthofen, na casa em que a família vivia, na zona sul de São Paulo, em outubro de 2002.

Nas cartas, a jovem dizia que "nunca, nada" iria separá-los. Além disso, Suzane se referia a Daniel como "meu maridinho".

Neste momento, Daniel se emocionou. Na tentativa de consolá-lo e acalmá-lo, o irmão Cristian, que está sentado ao lado esquerdo de Daniel, passou a acariciar a perna dele, embora os réus sigam algemados. Ao final da leitura, Cristian pediu aos policiais que retirassem Daniel do plenário, pois ele chorava copiosamente.

Suzane, por sua vez, pareceu constrangida com suas declarações presentes nas cartas e, em mais de uma ocasião, chamou seu ex-tutor e advogado, Denivaldo Barni, para conversar. Sentada ao lado direito de Daniel, ela mantém a cadeira alguns centímetros afastada dos irmãos.

Daniel tem se comportado de maneira emotiva desde o primeiro dia do júri. Para o promotor Roberto Tardelli, que acompanha o caso, Daniel apresenta "descontrole emocional", enquanto Suzane tem "frieza". "Foi esta mistura explosiva que provocou o crime. Eles precisavam da lógica e da coragem."

A leitura das cartas de amor e de outras peças processuais integra a fase final do júri que, segundo o juiz Alberto Anderson Filho, deve terminar sexta-feira (21).

Na sexta, a sessão deverá começar com os debates entre acusação e as defesas de Suzane e dos irmãos. Primeiro, o Ministério Público terá três horas para fazer suas explanações. Depois, as defesas dividirão um espaço de três horas. Em seguida, o Ministério Público e as defesas terão uma hora cada um para réplica e tréplica. O júri se reúne após os debates.

Fotos

Fotos dos corpos de Manfred e Marísia foram exibidas aos jurados na terça-feira (18) e nesta quinta-feira.

Na terça, as fotos --em close-- dos rostos desfigurados do casal haviam sido tiradas por peritos da Polícia Civil de São Paulo, no local do crime. Elas foram exibidas em seqüência, após fotos amenas de diferentes ambientes da casa dos Richthofen, como sala, corredores e cozinha.

No momento em que a primeira foto surgiu, o público demonstrou espanto e desconforto visíveis. Como os três réus ficam sentados de costas para a parede dos dois telões onde as fotos são exibidas, eles não esboçaram reação.

Nesta quinta, o público não demonstrou emoção ao ver as fotos técnicas dos dois laudos necroscópicos do IML (Instituto Médico Legal), exibidos a pedido de uma jurada. Elas retratavam recortes das cabeças e tronco de Manfred e de Marísia que pretendiam mostrar hematomas e cortes provocados pelas pancadas.

Logo após a exibição das fotos, Suzane começou a esfregar as mãos no nariz, embora permaneça algemada. Minutos depois, ela foi autorizada pelo juiz a deixar o plenário e seguiu, escoltada por uma policial militar, à área reservada. Quando retornou, ela recebeu um lenço de papel de Barni e, mais uma vez, o levou diretamente ao nariz. Segundo seus defensores, Suzane chorava.

Crime

Manfred e Marísia foram assassinados com golpes de barras de ferro em 30 de outubro de 2002, enquanto dormiam.

O julgamento começou na última segunda-feira (17), quando foram interrogados os réus. Depois, foram ouvidas testemunhas de defesa e acusação. Nesta quarta-feira, Cristian foi ouvido novamente e mudou sua versão.

Na segunda-feira, ele havia negado participação no crime, mas ontem recuou e afirmou ter golpeado Marísia, enquanto Daniel golpeava Manfred.

Suzane e os irmãos Cravinhos foram denunciados (acusados formalmente) por duplo homicídio qualificado por motivo torpe, meio cruel e impossibilidade de defesa da vítimas; e fraude processual, por terem alterado a cena do crime.

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