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15/01/2007 - 21h57

Lama de barragem volta a atingir cidade de Minas Gerais

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RENATA BAPTISTA
da Agência Folha, em Muriaé

Uma enxurrada na madrugada desta segunda-feira voltou a trazer água e argila para sete bairros de Muriaé (370 km de Belo Horizonte). Há cinco dias, a cidade foi atingida pela lama que vazou da barragem da Mineração Rio Pomba Cataguases.

"Eu tinha acabado de limpar a minha casa às 20h. Às 6h, a água estava na altura de minha cintura", disse a costureira Aparecida Cristina Silva Rufino, 38. Ela, a família e dezenas de moradores da região permaneciam na tarde de hoje pelas ruas, sem ter onde ficar.

"Ontem almocei na igreja. Perdi tudo, até meus documentos", disse a costureira.

O prefeito do município, José Braz (PP), disse que vai pedir R$ 6 milhões ao governo federal para cobrir prejuízos causados pelo acidente na cidade.

A chuva da madrugada de ontem também atingiu o município vizinho de Miraí (335 km de Belo Horizonte), local do acidente, mas não causou inundações.

Atendimentos

A Secretaria da Saúde de Minas Gerais enviou cerca de 300 mil medicamentos para Miraí, município mais atingido pelo acidente.

A remessa vai repor o estoque de postos de saúde destruídos pela lama. Até ontem, cerca de 900 pessoas haviam sido vacinadas contra hepatite B, tétano e febre amarela na cidade.

A Defesa Civil do Estado pediu que defensores públicos não iniciassem ontem, como estava planejado, o trabalho de auxílio jurídico à população atingida.

"As pessoas iriam abandonar suas casas e fazer filas enormes para pedir ação de indenização. Isso seria ruim para o processo de limpeza, que ainda não terminou", disse o diretor da Defesa Civil Anderson de Oliveira.

Qualidade da água

O nível de turbidez (presença de resíduos sólidos como areia e argila) nos rios Muriaé e Fubá, afetados pelo acidente, diminuiu hoje.

Em Miraí, o índice de turbidez no rio Fubá caiu ontem para 4.840 UNT (unidade que mede partículas sólidas na água), após ter alcançado 71 mil UNT na última quinta-feira.

O padrão máximo do Conama (Conselho Nacional de Meio Ambiente) para rios como o Fubá é de cem UNT.

Segundo o Igam (Instituto Mineiro de Gestão das Águas), o nível de turbidez em Laje do Muriaé (RJ) --cidade que teve o fornecimento de água suspenso por conta do acidente-- está em 779 UNT e a água já pode ser tratada.

Colaborou CÍNTIA ACAYABA, da Agência Folha

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