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10/10/2003
-
10h38
da Folha Online
O Alto Comissariado da ONU (Organização das Nações Unidas) pelos direitos do homem expressou hoje sua "consternação" pelo assassinato do mecânico Gérson Jesus Bispo, 26, em Santo Antônio de Jesus (184 km de Salvador).
Bispo havia dado depoimento à relatora da ONU para execuções sumárias, Asma Jahangir, há três semanas, sobre a atuação de um suposto grupo de extermínio na Bahia, formado por policiais militares. Ele foi assassinado ontem, quando deixava sua casa e seguia para a oficina mecânica.
No último dia 27, o agricultor Flávio Manoel da Silva, 33, testemunha de uma CPI da Assembléia Legislativa da Paraíba, foi morto a tiros perto de sua casa, em Pedras de Fogo (57 km de João Pessoa). Ele também havia dado depoimentos à relatora da ONU.
"Nós recebemos com consternação a notícia do assassinato de uma segunda pessoa que havia fornecido provas de execuções extrajudiciais à relatora especial durante sua visita ao Brasil", disse José Diaz, porta-voz do Alto Comissariado, durante entrevista coletiva em Genebra (Suíça).
"Achamos que este assassinato é sintomático da situação descrita para a relatora a propósito das atividades dos esquadrões da morte, também chamados de grupos de extermínio", afirmou.
Depoimento
Bispo disse para a relatora da ONU que seu irmão e um amigo foram abordados em uma loja, em 1º de agosto do ano passado, por policiais militares, colocados dentro de um carro da PM e levados para a periferia de Santo Antônio de Jesus, onde apareceram mortos. Depois, a polícia teria levado os dois corpos para um hospital do município, sob a alegação de que eles morreram em troca de tiros.
A perícia, no entanto, apontou que os dois foram torturados e mortos. Bispo disse para Jahangir que a PM não tinha interesse em esclarecer o assassinato e que os policiais acusados do crime foram transferidos para Salvador "numa manobra para dificultar as investigações".
A morte do irmão de Bispo consta no relatório "Execuções Sumárias no Brasil-1997 a 2003", lançado em setembro pela ONG "Centro de Justiça Global" e pelo "Núcleo de Estudos Negros".
Ao deixar o Brasil, a relatora da ONU disse que a polícia estava implicada nas mortes e atrocidades cometidas no país, "que ficam em sua maioria impunes".
Com informações da France Presse, em Genebra
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O Alto Comissariado da ONU (Organização das Nações Unidas) pelos direitos do homem expressou hoje sua "consternação" pelo assassinato do mecânico Gérson Jesus Bispo, 26, em Santo Antônio de Jesus (184 km de Salvador).
Bispo havia dado depoimento à relatora da ONU para execuções sumárias, Asma Jahangir, há três semanas, sobre a atuação de um suposto grupo de extermínio na Bahia, formado por policiais militares. Ele foi assassinado ontem, quando deixava sua casa e seguia para a oficina mecânica.
No último dia 27, o agricultor Flávio Manoel da Silva, 33, testemunha de uma CPI da Assembléia Legislativa da Paraíba, foi morto a tiros perto de sua casa, em Pedras de Fogo (57 km de João Pessoa). Ele também havia dado depoimentos à relatora da ONU.
"Nós recebemos com consternação a notícia do assassinato de uma segunda pessoa que havia fornecido provas de execuções extrajudiciais à relatora especial durante sua visita ao Brasil", disse José Diaz, porta-voz do Alto Comissariado, durante entrevista coletiva em Genebra (Suíça).
Lula Marques/Folha Imagem A relatora Asma Jahangir |
Depoimento
Bispo disse para a relatora da ONU que seu irmão e um amigo foram abordados em uma loja, em 1º de agosto do ano passado, por policiais militares, colocados dentro de um carro da PM e levados para a periferia de Santo Antônio de Jesus, onde apareceram mortos. Depois, a polícia teria levado os dois corpos para um hospital do município, sob a alegação de que eles morreram em troca de tiros.
A perícia, no entanto, apontou que os dois foram torturados e mortos. Bispo disse para Jahangir que a PM não tinha interesse em esclarecer o assassinato e que os policiais acusados do crime foram transferidos para Salvador "numa manobra para dificultar as investigações".
A morte do irmão de Bispo consta no relatório "Execuções Sumárias no Brasil-1997 a 2003", lançado em setembro pela ONG "Centro de Justiça Global" e pelo "Núcleo de Estudos Negros".
Ao deixar o Brasil, a relatora da ONU disse que a polícia estava implicada nas mortes e atrocidades cometidas no país, "que ficam em sua maioria impunes".
Com informações da France Presse, em Genebra
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