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13/11/2003 - 19h01

Entenda o caso dos namorados assassinados em São Paulo

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da Folha Online

Os estudantes Liana Friedenbach, 16, e Felipe Silva Caffé, 19, foram assassinados na região de Embu-Guaçu, na Grande São Paulo. Eles foram rendidos pelos criminosos enquanto acampavam em um sítio abandonado.

O casal mentiu sobre a viagem para os pais. Liana havia dito que iria para Ilhabela, no litoral, com um grupo de jovens da comunidade israelita. A família de Felipe disse que sabia que o rapaz iria acampar, mas acreditava que ele estaria com amigos.

Os namorados teriam passado a madrugada do último dia 31 sob o vão livre do Masp, na avenida Paulista, até as 5h do dia 1º, quando chegaram ao terminal rodoviário do Tietê (zona norte da capital paulista).

Liana e Felipe desembarcaram em Embu-Guaçu por volta das 9h. Na cidade, compraram miojo, água, biscoitos e leite em pó.

De lá, pegaram um outro ônibus para Santa Rita, um lugarejo perto do sítio abandonado. Os estudantes ainda andaram 4,5 km a pé até o local em que acamparam, sob um telhado caindo aos pedaços.

Cinco pessoas foram detidas sob acusação de envolvimento no crime: o adolescente R.A.C., 16, Paulo César da Silva Marques, 32, conhecido como Pernambuco, Antonio Matias de Barros, 48, Antônio Caetano Silva, 50, e Aguinaldo Pires, 41.

Crime

Para estabelecer a cronologia do crime, a polícia se baseou no depoimento do adolescente.

O adolescente disse, segundo a polícia, que caminhava pela mata, na manhã do dia 1º, quando conheceu Pernambuco, que caçava na região. Eles, então, avistaram o casal, cuja aparência física destoava das pessoas que normalmente frequentam o local. Os estudantes foram abordados à tarde.

O objetivo inicial dos criminosos seria assaltar o casal. No entanto, ao perceberem que estavam sem dinheiro, teriam optado pelo sequestro. Os estudantes foram levadas para uma casa, em um sítio da região, que serviu como cativeiro.

No dia seguinte, Liana teria insinuado pertencer a uma família rica. Com isso, os criminosos decidem matar Felipe.

O estudante foi obrigado a caminhar por uma trilha até as proximidades de um barranco. Foi assassinado com um tiro na nuca.

Liana, segundo o adolescente, não viu o namorado ser morto, mas ouviu o tiro. Ela permaneceu em poder dos criminosos, mas nenhum pedido de resgate foi feito à família.

Ainda no dia 2, o pai de Liana descobre que ela havia viajado com Felipe. O COE (Comando de Operações Especiais) foi acionado no dia 3 e iniciou as buscas nas matas da região. O local do acampamento foi descoberto no mesmo dia. Além da barraca, as roupas dos estudantes, a carteira e o celular de Liana foram localizados.

Os criminosos, assustados com a aproximação da polícia, resolveram matar Liana. O assassinato teria ocorrido na madrugada do dia 5.

As datas das mortes divulgadas pela polícia diferem das divulgadas pelo IML (Instituto Médico Legal). De acordo com o instituto, Felipe foi morto no dia 6, e Liana, no dia 9.

R.A.C. foi detido no dia 10, após um sitiante ver Liana em companhia do adolescente.

O corpo de Felipe foi encontrado no mesmo dia, por volta das 12h, perto de uma cachoeira, a 3 km do sítio abandonado.

O corpo de Liana foi encontrado por volta das 23h. Estava a 5 km do sítio onde acamparia e a 3 km do local onde o namorado foi assassinado.

O último dos cinco suspeitos de envolvimento no crime foi detido nesta quinta-feira em Pernambuco. A polícia ainda investiga a participação de cada um dos acusados no crime.

Com Agora

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