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15/04/2004
-
08h14
da Folha de S.Paulo, no Rio
Os policiais militares que participam da ocupação na favela da Rocinha, zona sul do Rio, estão sendo acusados por moradores de praticarem agressões, extorsões e de invadirem casas sem autorização. A corporação nega irregularidades na conduta dos soldados.
As supostas extorsões teriam sido impostas a motoqueiros que trabalham no serviço de mototáxi na favela. Segundo um deles, que não quis se identificar, os policiais cobram propinas de R$ 3 a R$ 5.
Quem não paga ficaria impedido de transportar pessoas pelo morro e ainda correria o risco de ter o pneu da moto cortado pelos policiais, de acordo com a denúncia do motoqueiro.
O motoqueiro Antônio Francisco de Lima, 22, que também presta serviços a uma cooperativa de mototáxi, afirmou ter sido levado para um beco na favela por PMs do Bope (Batalhão de Operações Especiais), onde teria sofrido agressões e ameaças de morte.
Ele disse que os policias o forçaram a dizer os locais onde poderiam estar escondidos traficantes e armas. "Eles me enforcaram e disseram que me matariam com uma faca", declarou.
O estudante Davi Souza Carvalho, 17, afirmou que estava na rua quando policiais do Bope chegaram e começaram a agredi-lo.
"Os policiais me bateram com a pistola no peito, na cabeça. Ainda me deram uma banda [rasteira]", afirmou o estudante, que tinha ferimentos pelo corpo.
Fuga
Por medo da guerra provocada pelo tráfico, a doceira Renata Queiroz Freire, 23, deixou a Rocinha e se mudou para a casa da mãe, em Irajá (zona norte).
Logo quando chegou a Irajá, ela recebeu o telefonema de vizinhos que lhe disseram que a PM tinha invadido a sua casa e levado os seus pertences.
Quando chegou ao local na tarde desta quarta-feira, encontrou o imóvel completamente revirado e sem seus aparelhos de DVD e videocassete. "Levaram tudo de dentro da minha casa. A polícia está aqui para me proteger e fica aqui me roubando", disse ela.
O motoboy Cristiano Martins, 29, afirmou que o Bope invadiu a sua casa pela manhã e quebrou a bomba de água.
Segundo o presidente da União Pró-Melhoramentos da Rocinha, William de Oliveira, pelo menos 30 famílias deixaram a favela desde sexta-feira por medo de novos tiroteios e da truculência policial.
Outro lado
O comandante do 23º Batalhão, tenente-coronel Jorge Braga, disse que a polícia só está entrando nas casas se tiver a autorização dos moradores.
Quanto às acusações de invasão e agressão, ele disse que as pessoas devem procurar a polícia para registrar queixa.
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As supostas extorsões teriam sido impostas a motoqueiros que trabalham no serviço de mototáxi na favela. Segundo um deles, que não quis se identificar, os policiais cobram propinas de R$ 3 a R$ 5.
Quem não paga ficaria impedido de transportar pessoas pelo morro e ainda correria o risco de ter o pneu da moto cortado pelos policiais, de acordo com a denúncia do motoqueiro.
O motoqueiro Antônio Francisco de Lima, 22, que também presta serviços a uma cooperativa de mototáxi, afirmou ter sido levado para um beco na favela por PMs do Bope (Batalhão de Operações Especiais), onde teria sofrido agressões e ameaças de morte.
Ele disse que os policias o forçaram a dizer os locais onde poderiam estar escondidos traficantes e armas. "Eles me enforcaram e disseram que me matariam com uma faca", declarou.
O estudante Davi Souza Carvalho, 17, afirmou que estava na rua quando policiais do Bope chegaram e começaram a agredi-lo.
"Os policiais me bateram com a pistola no peito, na cabeça. Ainda me deram uma banda [rasteira]", afirmou o estudante, que tinha ferimentos pelo corpo.
Fuga
Por medo da guerra provocada pelo tráfico, a doceira Renata Queiroz Freire, 23, deixou a Rocinha e se mudou para a casa da mãe, em Irajá (zona norte).
Logo quando chegou a Irajá, ela recebeu o telefonema de vizinhos que lhe disseram que a PM tinha invadido a sua casa e levado os seus pertences.
Quando chegou ao local na tarde desta quarta-feira, encontrou o imóvel completamente revirado e sem seus aparelhos de DVD e videocassete. "Levaram tudo de dentro da minha casa. A polícia está aqui para me proteger e fica aqui me roubando", disse ela.
O motoboy Cristiano Martins, 29, afirmou que o Bope invadiu a sua casa pela manhã e quebrou a bomba de água.
Segundo o presidente da União Pró-Melhoramentos da Rocinha, William de Oliveira, pelo menos 30 famílias deixaram a favela desde sexta-feira por medo de novos tiroteios e da truculência policial.
Outro lado
O comandante do 23º Batalhão, tenente-coronel Jorge Braga, disse que a polícia só está entrando nas casas se tiver a autorização dos moradores.
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