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Caetano
Veloso dá lição de asneira eleitoral
e revela tendência
Irritado
porque roubaram a aparelhagem de seu show, Caetano Veloso
decidiu apoiar a candidatura Lula - logo em seguida, seria
seguido por Gilberto Gil.
Estranho
que, vivendo no Rio e assistindo ou sabendo de tantas barbaridades,
ele precisasse ser vítima da violência para tomar
uma decisão eleitoral. Já não bastava
testemunhar a selvageria ao seu redor para optar por quem
quer que seja na disputa eleitoral? Tradução:
se não tivessem tirado sua aparelhagem, ele continuaria
mais próximo do governo. Com todo o respeito ao excepcional
cantor e compositor, mas essa postura é uma asneira
eleitoral, literalmente um toma-lá-dá-cá.
Evidente
que Caetano pode ter muitas razões para votar em Lula,
mas apresentar seu voto como protesto contra violência
urbana é, no mínimo, um pragmatismo rasteiro,
que não se coaduna com o talento e a inteligência
do artista. Ele, porém, reflete com notável
precisão o ânimo da população.
As pesquisas
estão dizendo que a questão da segurança
está no topo da lista das preocupações
dos brasileiros, acima do desemprego. Espera-se, segundo a
pesquisa, que o próximo presidente ajude a pacificar
as cidades.
Aguardem,
portanto, o mesmo festival de ilusões que ocorreu nas
eleições municipais, quando os prefeitos, de
olho nas pesquisas, prometeram acalmar as ruas e, como se
vê, quase nada fizeram. Até porque pouco poderiam
fazer, quem tem a polícia nas mãos é
o governador.
Óbvio
que o prefeito e o presidente dispõem de mecanismos
para influenciar a segurança pública. Mas é
muito mais limitado do que vai estar em seus discursos. Resta
saber se Caetano vai mudar de voto se, Lula eleito, sofrer
um novo assalto.
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