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novela
12/05/2004
‘Bolsa Família teria maior impacto’

Com o senador Paulo Paim (PT-RS) na presidência da comissão mista que analisa a medida provisória do salário-mínimo, a convite do relator Rodrigo Maia (PFL-RJ), os especialistas convidados pela oposição para debater a matéria deram argumentos aos governistas que defendem o reajuste de apenas R$ 260. Paim, favorável a um reajuste maior, foi afastado semana passada da comissão pela direção do PT e assumiu a presidência da audiência na condição de vice-presidente do Senado.

O economista Marcelo Néri, da Fundação Getúlio Vargas (FGV), citou estudos que mostram que os reajustes do mínimo afetam duas vezes mais os trabalhadores que não têm carteira assinada. Néri afirmou que 14% dos trabalhadores do setor informal recebem o salário-mínimo, o dobro do registrado entre os que têm carteira assinada.

Segundo Néri, a cada 10% de aumento no mínimo, 88 mil famílias saem da faixa de pobreza. O reajuste, no entanto, traz aumento no desemprego e migração de trabalhadores para a informalidade. Ele sugeriu investimento maior em programas de transferência de renda, como o Bolsa Família, que atinge pessoas em situação mais vulnerável e dá uma perspectiva às famílias beneficiadas, porque condiciona os recursos ao estudo e à vacinação dos filhos:

"O investimento de maiores recursos no Bolsa Família traria um impacto maior que o reajuste do mínimo e do salário-família na redução dos brasileiros que vivem hoje abaixo da linha de pobreza no país".

O secretário do Desenvolvimento, Trabalho e Solidariedade da Prefeitura de São Paulo, Márcio Pochmann, afirmou que a história mostra que toda vez que o mínimo sobe há mais desemprego: as chances de quem tem carteira assinada perder o trabalho ficam 50% maiores.

O economista Raul Veloso mostrou que a partir da Constituição de 88, o governo passou a pagar mais benefícios atrelados ao mínimo, e que as restrições orçamentárias criaram um dilema: quanto mais se reajusta o mínimo, menos recursos sobram para investir.

Genoino
A decisão de ceder temporariamente a presidência da comissão a Paim foi tomada por seu presidente, Tasso Jereissati (PSDB-CE), para protestar contra a destituição. Hoje participam das audiências os ministros Amir Lando (Previdência) e Guido Mantega (Planejamento) e um representante do Dieese.

O líder do PT na Câmara, Arlindo Chinaglia (SP), disse que se não for possível aumentar o valor a bancada apoiará os R$ 260. O presidente do PT, José Genoino, disse que os petistas precisam ter coragem de defender os R$ 260.

 

As informações são do jornal O Globo.

   
 
 
 

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