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DNA BRASIL
21/09/2004
Brasileiro é educado pela TV

Vanessa Sayuri Nakasato *
Enviada a Campos do Jordão, São Paulo

A televisão tem educado mais do que a escola. Esse foi um dos principais temas abordados no evento DNA Brasil – 50 Brasileiros Param Para Pensar a Vocação do País, realizado em Campos do Jordão, interior paulista, nos dias 16, 17 e 18. Nos dois dias em que a educação foi debatida, jornalistas, educadores, pesquisadores e artistas mostraram grande preocupação em relação ao assunto.

Conforme o brasilianista Thomas Skidmore, a importância e a influência da TV no país se deve ao fato de que o veículo é o único a atingir todas as classes sociais democraticamente. “O Brasil tem vocação para a televisão. É a vocação mais visível. As novelas, por exemplo, tem um papel fundamental na cultura brasileira. Ela funciona como uma espécie de contadora de histórias e há uma integração. É assistida por crianças, adultos, ricos, pobres.”

Para o educador e escritor Rubem Alves, a televisão tem tido função negativa na formação dos brasileiros, em especial, crianças e jovens. Embora haja excelentes escolas e ótimos professores, quem mais ensina e com facilidade é a TV. “Isso é muito ruim porque, além de a maioria dos programas ser de má qualidade, ela passa valores que nem sempre são os melhores”, analisa.

Mas nem todos pensam assim. A atriz Regina Cazé afirma que apesar de a televisão brasileira possuir falhas e imperfeições, seu saldo ainda é positivo. Graças ao veículo, gerações inteiras sabem o que é Brasil, conhecem outras culturas e costumes.

“Se compararmos o conteúdo que a criança tem acesso na escola, principalmente a pública, a TV mais ajuda do que atrapalha. O jornal que mais vende no Brasil vende um milhão. Com essa audiência na televisão, o telejornal é tirado do ar. Se não houvesse jornalismo na TV, ninguém saberia nada do que acontece, pois são poucas as pessoas que possuem o hábito da leitura”, ressalta.

Um dos motivos de a televisão brasileira estar aquém do desejado é a atual economia do país. A jornalista Silvia Poppovic explica que houve uma grande crise há alguns anos e, na falta do dinheiro, os programadores desesperados para manter seus empregos começaram a fazer uma programação apelativa.

Antigamente, três companhias aéreas que anunciavam: Transbrasil, Varig e Vasp. Com a recessão, por um bom tempo, somente a Varig continuou a veicular propagandas. Ou seja, a verba despencou. Para conseguir atrair dinheiro no mercado, grande parte da programação passou a ser de auditório e sem muita elaboração, porque o custo é mais barato.

Entretanto, a jornalista diz que é possível fazer programas de TV de qualidade com pouco capital, sejam eles de auditório ou não. “Você pode fazer um programa muito divertido, bom e instrutivo. Mas, infelizmente, não é isso que temos visto por ai”, lamenta. Segundo Silvia, a televisão tem “função gigantesca” não apenas na educação, mas na cultura nacional, no jeito brasileiro de ser. “Se a gente tiver uma televisão com qualidade, nós poderemos fazer grandes transformações no país. Para melhor”.


(*A jornalista foi convidada pelo DNA Brasil)

   
 
 
 

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