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educação
21/09/2004
Escola pública de qualidade ainda existe, diz Fernando Almeida

Vanessa Sayuri Nakasato *
Enviada a Campos do Jordão, São Paulo

A idéia de que todas as escolas públicas do país são ruins e precárias é completamente equivocada. A opinião é do ex-secretário municipal da Educação de São Paulo, Fernando J. de Almeida, que debateu a qualidade do ensino no evento DNA Brasil – 50 Brasileiros Param para Pensar a Vocação do País, em Campos do Jordão, interior paulista, no último final de semana.

Em entrevista exclusiva ao site GD, o ex-secretário afirma que ainda existem excelentes escolas públicas em todos os estados brasileiros. No entanto, elas dificilmente aparecem porque é muito mais fácil para a imprensa ou órgãos de pesquisa perceberem as falhas do que os acertos.

“Parece feio mostrar que uma escola pública da periferia paulistana tem uma professora heróica ou um grupo de alunos que fez um trabalho lindo. Não deve ter graça, por isso, ninguém mostra. Mas ridicularizar os erros dos alunos no vestibular todo mundo faz. Chutar a escola pública é como chutar cachorro morto. Acho que é um dos atos mais covardes em nome da qualidade de ensino”, lamenta.

Há menos de cinco décadas, as escolas públicas eram consideradas as melhores do país. Embora o ensino ainda seja o mesmo, Almeida ressalta que, antes, formavam-se 50 alunos. Hoje, formam-se cinco mil. Por ter recebido muito mais gente do que o modelo educacional em prática comporta, a escola pública se desorganizou e o nível caiu.

“Existem aqueles que colocam a culpa da má educação nos pobres, já que, atualmente, há muito mais pessoas de classes C e D estudando do que há 30 anos. Mas esses cidadãos não têm culpa de nada. Muito pelo contrário. O problema é a falta de projeto para ensinar os cinco mil. Fazer educação de qualidade para 50 qualquer um faz”, alfineta.

Para Almeida, os dirigentes da educação precisam decidir, com urgência, qual o novo modelo de escola pode oferecer qualidade a todos. É necessário criar um projeto político pedagógico de não construir a mesma escolinha para 50 e mandar o resto embora, mas fazer uma escola pública para cinco mil que dê certo.


(*A jornalista foi convidada pelo DNA Brasil)

   
 
 
 

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