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dna brasil
21/09/2004
Tecnologia é mal utilizada na educação brasileira

Vanessa Sayuri Nakasato *
Enviada a Campos do Jordão, São Paulo

O Brasil não sabe aproveitar os recursos da tecnologia para a melhoria da educação. Esse foi o consenso dos debatedores do “Educar para quê?”, no evento DNA Brasil – 50 Brasileiros Param para Pensar a Vocação do País, realizado em Campos do Jordão, interior paulista, nesse final de semana.

Conforme o ex-secretário municipal da Educação de São Paulo, Fernando J. de Almeida, muitas escolas usam o computador e a Internet como um substituto do professor. Também é freqüente a utilização da tecnologia como mero aparelhamento dos estudantes.

“Algumas escolas ensinam o mínimo de informática aos seus alunos para, futuramente, enfrentarem bancos, escritórios e serviços de automação em geral. Isso gera exatamente o que a gente não quer, que é a falta de pensamento, de reflexão. Toda vez que a tecnologia é utilizada com esse sentido de facilitar, poupar, a educação é prejudicada”, afirma.

No entanto, a escola, instituição ou organização não-governamental possuidora de um bom projeto pedagógico, provocador, crítico e dialógico, pode potencializar sua qualidade de ensino com o computador e as tecnologias em geral. A informática, usada de maneira inteligente, é capaz de ampliar o espaço da discussão, registrar erros, conquistas e até revelar o estilo cognitivo de uma classe escolar.

“Esse lado da tecnologia é imensamente bem-vindo. Ele não substitui o professor. Ao contrário. Ele exige um educador melhor, um desequilibrador, um sintetizador, um utopista. O computador vira um instrumento com a qual se pensa, e não um instrumento que pensa por alguém”, ressalta Almeida.

Na opinião do ex-secretário, a tecnologia fará cada vez mais parte da formação educacional. O educador e escritor Rubem Alves concorda e vai mais além. Para ele, daqui a alguns anos, não haverá mais sala de aula em muitas escolas. “Qualquer lugar será lugar de aprender. Não existirá hora, porque o aluno não falará “vou aprender 45 minutos”. Ele entrará na Internet e vai ficar o dia todo se quiser”, aposta.

Mas apesar dos benefícios que a tecnologia pode trazer à educação, grande parte dos debatedores não dispensa o modelo tradicional de ensinar. “A Internet, o computador e aparelhos do gênero podem ajudar muito. Entretanto, nada substitui a imagem do professor, a presença humana”, enfatiza o físico e educador Moyses Nussenzweig.

(*A jornalista foi convidada pelo DNA Brasil)

   
 
 
 

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