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economia solidária
26/10/2004
Surge uma alternativa para geração de trabalho e renda

Durante a oficina sobre "Iniciativas de Economia Solidária", os participantes discutiram o conceito de Economia Solidária. Neemías Rodrigues, monitor de Educação Comunitária do Senac São Paulo e coordenador da oficina começou explicando que, no mundo atual, no qual o desemprego cresce cada vez mais, a Economia Solidária é uma alternativa para geração de trabalho e renda.

A partir da exibição do vídeo Emprecorde - uma espécie de telecurso elaborado pela Agência de Educação para o Desenvolvimento, que tem por objetivo despertar o EMPREendedorismo individual e coletivo; incentivar a COoperação; estimular a formação de REdes; e aprofundar a DEmocracia -, os presentes apontaram os valores e princípios da Economia Solidária. Entre eles foram levantados a cooperação, a solidariedade e o trabalho em equipe e a horizontalidade.

Neemías apresentou a definição de Economia Solidária proposta pelo atual Secretário Nacional de Economia Solidária, Paul Singer: "é um modo de organizar atividades econômicas de produção, consumo e crédito, que almeja completar as igualdades de direitos entre os que se engajam nessas atividades, através de empreendimentos solidários de auto-gestão".

O coordenador da atividade disse ainda que os empreendimentos solidários devem ser pautados na valorização social do trabalho humano, numa relação de intercâmbio respeitoso com a natureza, na gestão democrática participativa, na riqueza entendida como riqueza humana e social e não apenas material, na produção sem exploração do trabalho do outro, na socialização das dificuldades e ganhos, na superação do individualismo, levantamento das capacidades e potenciais das comunidades, na valorização do trabalho popular e na promoção da democracia de etnia e gênero.

Neemías apresentou também o case da Associação de Apoio ao Hiper-ativo, uma organização de base comunitária que participa do Empório Social e que montou um empreendimento solidário para a produção de alimentos, a fim de gerar trabalho e renda para a comunidade atendida e a alcançar a sustentabilidade da organização. O monitor do Senac advertiu que não adianta capacitar as pessoas para que montem empreendimentos solidários se elas não se apropriarem dos valores da economia solidária. Porque senão, os empreendimentos não têm continuidade.

Uma das questões levantadas pelos participantes no decorrer das discussões foi sobre a falta de respaldo jurídico para a Economia Solidária. As cooperativas - que são iniciativas de economia solidária - possuem uma regulamentação, mas outras formas de economia solidária, como os clubes de trocas e de compras, não têm regras, o que às vezes dificulta seu aprimoramento ou crescimento.

A questão ficou sem uma resposta definitiva. "Precisa legalizar empreendimentos solidários? Sim! Ou não!", sintetizou Lourdes Alves, gestora do Empório Social. Ela disse que, como a discussão sobre o que significa a economia solidária no Terceiro Setor é muito nova, permite a dúvida.

No final da oficina, o grupo falou sobre a proximidade dos empreendimentos solidários com as redes sociais e com o desenvolvimento local integrado e sustentável. Neemías explicou que "quando os empreendimentos solidários atuam isoladamente, eles viram empreendimentos do mercado, iniciativas do Segundo Setor. Mas quando vários empreendimentos solidários atuam em rede, eles podem pressionar o poder público e promover o desenvolvimento local". Lourdes, então, durante a plenária final de apresentação das oficinas, fez um convite para que a platéia se juntasse em torno de uma rede de discussões sobre Economia Solidária.


LAURA GIANNECCHINI
do site
Setor3

   
 
 
 

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