SÓ SÃO PAULO
HOME | NOTÍCIAS | COLUNAS | COMUNIDADE | CIDADÃO JORNALISTA | QUEM SOMOS
 
16/02/2004
Para Zôo, cresce hipótese de crime

Desorientados. Nessa situação ficaram os funcionários do Zoológico de São Paulo após as mortes de mais três animais, ocorridas na manhã de sábado. “Nem raticidas temos mais para alegarem algum problema operacional nosso”, afirmou o chefe da Divisão de Ensino e Divulgação do zôo, Mario Borges da Rocha. Ninguém arrisca palpites, mas a hipótese de crime intencional começa a ganhar espaço. Treze mamíferos morreram desde 24 de janeiro.

A maneira como ocorreram as mortes da orangotango Karen, do bisão europeu de quatro meses e do dromedário, na manhã de sábado — oito dias depois da 10ª morte registrada —, deixou os técnicos do zôo bastante intrigados.

Eram 7h quando os tratadores fizeram a primeira ronda do dia para verificar se os animais que vivem em recintos abertos estavam bem. “O dromedário e o bisão estavam vivos e nada de anormal parecia acontecer”, explicou a bióloga Fátima Valente Roberti.

Na segunda ronda, às 8h, o bisão foi encontrado morto. O animal, que vive até 20 anos e está quase extinto na natureza, convivia com outros sete espécimes. Enquanto veterinários verificavam o que tinha ocorrido, problemas aconteciam no recinto dos três dromedários. Um macho de oito anos, vindo da Espanha, estava caído sofrendo uma crise convulsiva. “Não houve tempo de fazer nada. Em minutos, ele estava morto”, disse Fátima.

O zoológico estava sendo aberto para o público (eram 9h), quando os funcionários foram soltar o casal de orangotangos Karen e Yok — que, diferentemente dos grandes dromedários e bisões, não ficam em locais abertos durante a noite. Ao abrirem a porta do recinto, a primata, vinda do Zoológico de San Diego, em 1975, estava morta. A espécie é uma das que mais corre risco de extinção no mundo.


Cuidados
Segundo Borges, a ração utilizada na alimentação dos animais que morreram já chegou a ser trocada e houve investigação na fazenda em Araçoiaba da Serra, a 112 quilômetros da Capital, que produz frutas e verduras para o zôo. Ele também afirma que o raticida, alvo de suspeitas, não é mais usado.

“Reforçamos a segurança e investigamos todas as possibilidades para eliminar qualquer possível falha nossa. Mesmo assim, voltou a acontecer”, afirmou Borges. Ontem, o governador Geraldo Alckmin afirmou estar acompanhando as investigações. Ele acredita que a polícia civil vai “esclarecer rápido” a autoria do possível envenenamento.

Para boa parte dos visitantes, alguém está envenenado os animais (foram encontrados fluoracetato de sódio e diacumarínico nos animais mortos, usados como raticidas). “Não dá para acreditar que ratos estão levando veneno ou que o zoológico falhe tanto”, opinou o arquiteto José Luiz Arbiero, de 27 anos, que passeava no local.

A dona-de-casa Augustina Sampaio Lins, de 32 anos, também acredita em crime. “Quem faz isso tem que ficar muito tempo na cadeia. É uma judiação com os bichos”, disse.

DIMAS MARQUES
do Diário de S. Paulo

 
 
 

notícias ANTERIORES
16 /02/2004
2.800 dizem "sim" no ginásio do Ibirapuera
16 /02/2004
Juizado vai soltar 300 mil revisões de aposentadoria até fim de junho
16 /02/2004
Em São Paulo, desigualdade cresce na saúde
12 /02/2004
Fraude trabalhista é investigada
12 /02/2004
Projeto para reurbanização de favelas irá à Câmara
10 /02/2004
Dívida de SP supera limite pelo segundo ano
10 /02/2004
Marta gastou R$ 5 mi com anúncio de CEU
09 /02/2004
Repetência e evasão caem na gestão Marta
06 /02/2004
Vítimas de enchentes hostilizam Marta
06 /02/2004
Capital faz campanha de solidariedade