Nível
de emprego ficará estagnado, apontam pesquisas
Rodrigo
Zavala
Equipe GD
A tendência
para os próximos meses é que o nível de emprego
se mantenha estável na região metropolitana de São
Paulo. Isso seria uma boa notícia se não se tratasse
dos meses de pico de produção, quando, tradicionalmente,
o desemprego sofre uma significativa queda. As conclusões
se baseiam em duas pesquisas divulgadas esta semana.
A Pesquisa de
Emprego e Desemprego realizada pela Fundação Sistema
de Análise de Dados (Seade) mostrou que, em julho, 17,3%
da População Economicamente Ativa (PEA) da Grande
São Paulo estava sem emprego. Em junho, esse índice
era de 17,5%.
No entanto,
isso não quer dizer que a quantidade de desempregados seja
menor. Na verdade, 11 mil trabalhadores perderam seus empregos.
Porém, neste mesmo período, o tamanho da PEA encolheu
com a saída de 35 mil pessoas. Portanto, a porcentagem de
desempregados em relação ao total da PEA diminuiu.
Segundo Paula Montagner, gerente de Análises e Estudos Sociais
da Seade, esse número de trabalhadores que deixaram a PEA
é comum. "A oscilação demonstrada na pesquisa
reflete aquele tipo de pessoa que trabalha esporadicamente para
ajudar a renda e não procura emprego", explica
Um exemplo dado
por Paula é o caso das costureiras de bairro. De acordo com
ela, algumas mulheres, geralmente donas de casa e cônjuges
de trabalhadores, aceitam um trabalho de costura nos períodos
de novas coleções. "São pessoas que, por
incrível que pareça, o trabalho bate na porta. Elas
não procuram, uma amiga as indica", conta.
De qualquer
forma, a tendência para os próximos meses é
que a taxa de desemprego tenda a cair mais lentamente do que vinha
desde o começo do anos e fique estagnado.
O outro estudo,
elaborado pela Federação das Indústrias do
Estado de São Paulo (Fiesp), corrobora com a Seade ao mostrar
que se depender do empresariado, não haverá sequer
trabalhos temporários. Dos 402 empresários entrevistados
pela Fiesp, em julho, 81% dos empresários não vão
contratar temporários nos meses de setembro e outubro de
pico de produção, 13% destes pensam até em
demitir.
Apenas 9% espera
aumentar o número de funcionários pelos próximos
meses que, só para constar, são meses de pico de produção
e que, tradicionalmente, novos postos de trabalhos são criados.
Os empresários responsabilizam a retração econômica
causada pela alta dos juros e do dólar, o racionamento de
energia elétrica e a instabilidade gerada pela crise argentina
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