Geração
de renda recupera a cidade
Está
em andamento em Recife a criação de projeto
batizado de "Porto Digital" - uma experiência
que mistura tecnologia de ponta e recuperação
urbana -, sustentado pela Universidade Federal de Pernambuco,
governo estadual, empresários e entidades não-governamentais.
Até
pouco tempo uma zona degradada, ocupada por marginais e prostitutas,
o bairro do Recife, criado pelos holandeses, parecia irremediavelmente
condenado ao abandono, sem qualquer perspectiva econômica.
Numa articulação
de várias esferas do poder público e iniciativa
privada, os prédios foram recuperados, gerando lazer
e cultura, num estilo semelhante ao que ocorreu no Pelourinho,
em Salvador - novos frequentadores transitam pelo bairro.
Nesse
espaço está em andamento uma experiência
capaz de garantir essa recuperação, fugindo
dos riscos dos modismos dos bares: dar incentivos para que
ali se concentre a produção de tecnologia digital,
usando os armazéns abandonados da região portuária
como incubadoras de empresas ou centros de pesquisa.
Para lá
vão ser transferidos, instalados nos prédios
históricos, a Secretaria de Ciência e Tecnologia
e um laboratório da Universidade Federal de Pernambuco.
Ao transformar
um espaço urbano em pólo tecnológico,
gerando renda e empregos sofisticados, Recife tenta assegurar
que as reformas não signifiquem apenas fachadas.
Em várias
partes do mundo, bairros foram recuperados porque o poder
público foi indutor de atividades econômicas,
atraindo moradores de maior poder aquisitivo e capazes de
abrir lojas ou ateliês. Em Nova York, a prefeitura facilitou
a venda dos chamados "lofts", antigas fábricas,
a artistas - e, assim, rejuvenesceram-se locais hoje badalados
no Soho, Tribeca ou Chelsea, decadentes depois da mudança
do perfil econômico da região.
Essa mesma
linha é seguida em Santo André, no chamado "Programa
Integrado de Inclusão Social", no qual estão
envolvidas a Organização das Nações
Unidas e a PUC de São Paulo. Foram desenvolvidas melhorias
sociais em quatro favelas nas áreas de educação,
saúde e lazer, além de infra-estrutura.
Em troca
do direito de participar do programa de renda mínima,
exigiu-se das famílias que participassem de cursos
e oficinas, visando desenvolver habilidades profissionais.
Surgiram
quatro cooperativas, ajudadas por incubadoras: oficinas de
costura, prestação de serviço de limpeza,
construção civil e manutenção
predial. As costureiras, por exemplo, tiveram a ajuda do Senai.
O êxito
do projeto é atribuído à articulação
entre diferentes esferas da prefeitura e do poder local. Antes
do início do programa, secretarias de educação,
habitação, saúde e desenvolvimento econômico
montaram uma estratégia conjunta de intervenção.
A chave do sucesso é descobrir a vocação
da comunidade e, a partir daí, ajudá-la a construir
um plano de geração de renda.
É
o que se vê em Curitiba, onde acoplou-se a construção
de habitações a pequenos espaços para
que os moradores desenvolvam alguma atividade comercial. E,
agora, como em Santo André, galpões são
incorporados com a criação de cooperativas.
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Santo
André aposta em integração de ações
para melhorar favelas
Raquel
Souza
Equipe GD
Quatro
favelas do município de Santo André estão
envolvidas em uma iniciativa que pretende fornecer subsídios
para o desenvolvimento econômico sustentável,
melhoria da educação, saúde e lazer.
Trata-se do Programa Integrado de Inclusão Social.
Desde
97, quando foi criado, o Programa já envolveu mais
de 16 mil pessoas das favelas de Sacadura Cabral, Tamarutaca,
Quilombo II e Capuava. "Ao mesmo tempo em que nos propusemos
urbanizar a região, houve uma preocupação
de implementar um sistema de geração de renda",
contou Maria Madalena Alves, Coordenadora do Programa Integrado
de Inclusão Social.
Para ela,
o processo de urbanização melhora as condições
de vida das favelas, contribuindo até para elevar a
auto-estima dos moradores que passam a acreditar na possibilidade
de montar negócios que prosperem na região.
Com o
programa de renda mínima as famílias receberam
auxílio da prefeitura. Em contrapartida comprometeram-se
com a participação de cursos e oficinas do Programa.
"Uma boa parte dessas pessoas voltaram à escola
formal e com ajuda da incubadora de cooperativas elaboraram
formas de ganhar dinheiro", disse Maria Madalena.
Dessa
experiência surgiram quatro cooperativas - oficina de
costura, prestação de serviço de limpeza,
construção civil e manutenção
predial. Quando necessário, segundo a coordenadora,
busca-se o auxilio de entidades com maior experiência
no assunto. A cooperativa de costureiras, por exemplo, teve
apoio do Senai-SP que assessorou toda a montagem da oficina.
Também
é grande a quantidade de pessoas que fazem trabalhos
individuais como crochê, tricô, confecção
de roupas e venda de alimentos. Todos recebem ajuda de uma
equipe técnica até o amadurecimento do negócio.
Para Maria
Madalena, o êxito da experiência se deve à
articulação entre diferentes instâncias
da prefeitura e a população local. Ou seja,
antes do inicio do programa, secretarias de educação,
habitação, saúde, lazer e desenvolvimento
econômico elaboraram uma estratégia conjunta
de intervenção buscando apoio e subsídio
na comunidade.
Atualmente,
a prefeitura tem incentivo do PGU-ONU (Programa de Gestão
Urbana da Organização das Nações
Unidas) e da União Européia. Há também
a assessoria do IBAM (Instituto Brasileiro de Administração
Municipal) e PUC-SP.
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